Conimbriga

The Statue-Menhir of Nave 1 (Moimenta da Beira, Viseu, Central Portugal): preliminary results from the 2023 archaeological campaign

Ralph Araque Gonzalez — 2024-11-25

As estelas e estátuas-menir constituem alguns dos testemunhos mais intrigantes e desafiantes da arqueologia pré e proto-histórica da Península Ibérica. São raros os exemplares de estatuária pré-histórica encontrados num contexto arqueológico preservado, sendo as cronologias propostas baseadas na sua iconografia. Considerando a forte possibilidade da estátua-menir de Nave 1 estar in situ, esta apresentava uma oportunidade singular para investigar questões de ordem cronológica, tecnológica e contextual. O monumento foi escavado e parte da sua vala de fundação registada; amostras de C14 foram recolhidas de uma unidade estratigráfica cortada por esta vala e de uma fogueira próxima. A estratigrafia e o espólio são apresentados, ilustrados pelo registo gráfico da escavação. O protocolo de limpeza de líquenes da estátua-menir é apresentado. Após uma contextualização arqueológica, os dados obtidos são discutidos e as perspetivas de trabalho neste importante sítio arqueológico são apresentadas.

O Desbaste do cavalo na Península Ibérica pré-romana. A propósito da descoberta de uma “cena de doma” na rocha 80 do Vale de José Esteves (Vale do Côa, Portugal)

Luís Luís — 2024-11-25

Na sequência de trabalhos de registo de arte rupestre do Vale do Côa, apresenta-se uma nova representação identificada na rocha 80 do núcleo do Vale de José Esteves (Vila Nova de Foz Côa). A cena é interpretada como uma representação do trabalho à guia, no contexto do desbaste de cavalos, e enquadrada nas “cenas de doma” da iconografia peninsular pré-romana. Associando todas estas representações, juntamente com outras presentes na arte do Vale do Côa, procura definir-se uma sequência do trabalho de desbaste do cavalo em tempos pré-romanos, relacionando-o com o contexto ideológico destas sociedades.

The Roman army in Central Portugal: Reassessing the archaeological evidence of two possible military sites

Gil Vilarinho — 2024-11-25

Seguindo uma metodologia complementar não-invasiva que analisou imagens aéreas e satélitais, bem como dados de levantamentos de aerofotogrametria e LiDAR, o presente artigo explora os vestígios de elementos militares romanos recentemente identificados nos sítios do Alto do Golado (São Pedro do Sul) e Montedufe (Lamego). Embora estes sítios fossem já parcialmente conhecidos, alguns elementos relevantes passaram despercebidos, resultando em interpretações relativamente genéricas e erróneas, algo que o presente texto reavalia. Recorrendo a modelos gerados com recurso a ferramentas SIG, discutem-se ainda algumas análises espaciais de mobilidade, visibilidade e de subsequente possível controlo territorial. Por fim, este artigo reforça ainda a necessidade de se realizarem trabalhos arqueológicos invasivos, cruciais para corroborar as hipóteses apresentadas e, por conseguinte, compreender melhor estes sítios e o contexto da presença militar romana nesta região do ocidente peninsular.

No encalço de Hércules? Uma nova perspetiva sobre um controverso baixo-relevo

Gonçalo Cruz — 2024-11-25

Um elemento pétreo decorado com um baixo-relevo, identificado na Citânia de Briteiros no século XVIII, é o tema central deste estudo. O facto de representar duas figuras humanas conferiu-lhe algum destaque, divergindo a interpretação do baixo-relevo entre os que consideram a sua temática sexual, ou a representação de uma cena de combate ou de trabalho. De forma menos evidente, também a atribuição cronológica deste achado descontextualizado é controversa, entre a sua inclusão na escultura romana, ou entre os cânones artísticos da Idade do Ferro local.

Uma observação mais detalhada da peça e a procura de paralelos iconográficos, motivou a interpretação que apresentamos e que está parcialmente em linha com algumas propostas anteriores que a atribuem genericamente ao período romano. Contudo, propomos a interpretação hercúlea da cena representada, analisando o possível contexto subjacente ao recurso a esta iconografia clássica.

A cerâmica de paredes finas de Augusta Emerita: novos dados tipológicos a partir de um dos seus contextos de produção

André Gadanho — 2024-11-25

Apresenta-se um conjunto de cerâmicas de paredes finas de produção emeritense, provenientes de um contexto de produção identificado na atual cidade de Mérida (Badajoz, Espanha), onde se situava a capital provincial da Lusitânia, Augusta Emerita, em época romana. Trata-se de uma produção cerâmica que desde 1975, quando foi publicado Les céramiques à parois fines dans la Péninsule Ibérique por F. Mayet, que não é alvo de um estudo aprofundado tanto a nível tipológico como cronológico. Pretende-se com este artigo dar um contributo para a revisão de algumas das formas constantes dessa publicação, bem como dar a conhecer novas morfologias que foram identificadas a partir da análise artefactual deste mesmo contexto.

El uso de monedas como recurso iconográfico figlinario: A propósito de dos hallazgos lychnológicos en Augusta Emerita

Alejandro González Blas — 2024-11-25

Presentamos dos fragmentos cerámicos de lucernas procedentes del antiguo solar de Augusta Emerita. El interés de los mismos radica en poseer dos decoraciones que, claramente, evocan al uso de monedas bien como improntas o bien como inspiración iconográfica. Además, aparecen contextualizados, por lo que podemos aportar datos cronológicos de uso final. Este trabajo nos permite abordar, sin la pretensión de ser una exégesis, el fenómeno de las impressiones de monedas sobre diversos soportes y ahondar en otras prácticas artesanales.

Entre fantasia e realidade: a epigrafia luso-romana na região vizinha de São Martinho do Porto

Vasco Gil Mantas — 2024-11-25

Embora em São Martinho do Porto não se conheça nenhum monumento epigráfico de época romana, numa pequena área circundante não faltam, contando-se atualmente dezassete, entre perdidos, conservados e falsos, que aqui também discutimos, procurando analisar em conjunto um pequeno mas diversificado corpus epigráfico, testemunho de uma região plenamente integrada no mundo sociocultural romano.

Datações de radiocarbono para o sítio de Carvalhais (Vila Nova de Paiva, Viseu): povoamento rural na Alta Idade Média

Marina Afonso Vieira — 2024-11-25

O sítio de Carvalhais enquadra-se no âmbito do povoamento rural de finais do Império Romano do Ocidente e da Alta Idade Média, situando-se na bacia hidrográfica do rio Paiva, mais propriamente no seu curso superior. Neste artigo são apresentados os resultados de sete datações por radiocarbono efetuadas pelo Laboratório de Groningen, com a respetiva calibração e intervalos, abarcando um período do século IV ao século VIII. Os dados são contextualizados com a estratigrafia e fases construtivas.

[Recensão a] Morais, Rui; Arezes, Andreia (2019) – Minoicos: os guardiões da primeira civilização europeia, Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 113 pp., ISBN 978-989-26-1817-3

Rafaela Freire de Abreu e Souza — 2024-11-25

[Recensão a] Campos, Ricardo (2023) – Um tipo de monumento funerário romano: as cupae líticas do Municipium Olisponense, Huelva: UHU.ES Publicaciones, (Onoba Monografías, 15), 386 pp., ISBN: 978-84-19397-39-3

José d'Encarnação — 2024-11-25

[Recensão a] Barata, Filomena (2024) – Flora e fauna de Miróbriga: referências literárias, arqueológicas e mitológicas, Carviçais (TMC): Lema d’Origem, Editora, Ld.ª, 348 pp., ISBN: 978-989-9114-81-4

José d'Encarnação — 2024-11-25

[Recensão a] Dopico Cainzos, Dolores; Villanueva Acuña, Manuel, eds. – Specula Populi Romani?: “revisitando” o papel da cidade, Ed. Servicio de Publicaciones de la Diputación de Lugo, (Philtáte, 6), 410 pp., ISBN: 978-84-8192- 602-6, 2024

Patricia Arguelles — 2024-11-25