https://impactum-journals.uc.pt/rel/issue/feedRevista de Estudos Literários2025-12-28T09:20:05+00:00Centro de Literatura Portuguesaclp@ci.uc.ptOpen Journal Systems<p>A <em>Revista de Estudos Literários</em> é uma publicação anual da Imprensa da Universidade de Coimbra e do Centro de Literatura Portuguesa (CLP), unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Incidindo sobretudo nos domínios da crítica e da teoria literárias, integrará, em cada número, uma secção temática e procurará acompanhar o movimento editorial consagrado ao ensaísmo literário em Português.</p>https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17734Cabo Verde: o Novo Mundo que não saiu de África2025-12-28T09:20:05+00:00Doris Wieserdwieser.fluc@gmail.comBeatriz Andrade Castanheirabeaacastanheira@gmail.com<p>Nesta entrevista com o poeta cabo-verdiano José Luís Hopffer Almada (*1960), conduzida a 24 de novembro de 2025, nos espaços da Associação Caboverdeana (ACV), em Lisboa, guiamo-nos pelo intuito de criar um testemunho autobiográfico, em que a insularidade ocupa o ponto de partida de uma reflexão que começa na infância e que se ramifica numa ampla variedade de temas relacionados com as particularidades geográficas, culturais e literárias do arquipélago de Cabo Verde, e a relação pessoal do poeta com o seu pedaço de terra delimitado e o mar.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17730O processo de formação heterogênea da sociedade são-tomense na literatura de Olinda Beja2025-12-26T17:52:00+00:00Vinícius Ferreira Modenavinicius.modena@usp.br<p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo busca analisar como a literatura de Olinda Beja, autora de São Tomé e Príncipe, aborda o processo de formação da sociedade são-tomense, articulando ficção à história do arquipélago. A partir da leitura dos contos </span><em><span style="font-weight: 400;">A lenda do precipício</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">Gratidão</span></em><span style="font-weight: 400;">, ambos da obra </span><em><span style="font-weight: 400;">Chá do Príncipe</span></em><span style="font-weight: 400;">, investigam-se os processos pelos quais a escritora representa tensões étnicas, sociais e econômicas que se consolidaram ao longo da história do país, projetando-se desde a estrutura pautada pelo tráfico negreiro no século XIX até meados no século XX. Para isso, será trabalhada uma perspectiva que alia o estudo literário à experiência histórica, contando com o apoio de estudos de cultura (com destaque ao conceito de Heterogeneidade, de Antonio Cornejo Polar) e de especialistas de São Tomé e Príncipe. Assim, o objetivo é compreender as diferenças e semelhanças literariamente constituídas a partir dos elementos ficcionais, pautados, por sua vez, em traços históricos estruturais da sociedade são-tomense, capazes de desvelar a persistência de desigualdades sociais e identitárias.</span></p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17728THE PORTRAIT OF THE ISLANDS AND INSULARITY IN CAPE VERDEAN LITERATURE2025-12-26T13:07:55+00:00Geni de Britodebritogeni@gmail.com<p> </p> <p><strong>RESUMO</strong>:</p> <p>A palavra insularidade vem de ilha<em>, insula</em> isolada no meio do mar. As ilhas ocupam um lugar de destaque na imaginação geográfica. São locais com uma poética especial, como dizia Bachelard (1957), e isso explica que circulem na sociedade tantos pressupostos e ideias feitas a respeito da insularidade. Por isso, são também objetos de escrita muito recorrentes na literatura que nunca deixou de fascinar o leitor viajante. Suas representações são múltiplas em narrativas ficcionais: espaço de isolamento e reconstrução; um lugar acolhedor e materno de sobrevivência ou um lugar de perda, inóspito e prisional, tornando a insularidade um tema nodular na literatura. Nessa senda, e a partir dos diferentes olhares e interpretações de viajantes e aventureiros que circulam pelas Ilhas de Cabo Verde, pela atração pelo “outro lugar”, assim como pela busca de inspiração literária, este artigo tem como objetivo apresentar a imagem das ilhas e da insularidade na literatura cabo-verdiana a partir da visão de escritores como Dina Salústio, Eileen Barbosa, José Luís Hopffer Almada e Vera Duarte.</p> <p><em> </em></p> <p><em>Palavras-chave</em>: Narrativas, Cabo Verde, Ilhas, Insularidade, Literatura.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17727THE PORTRAIT OF THE ISLANDS AND INSULARITY IN CAPE VERDEAN LITERATURE2025-12-26T12:44:12+00:00Geni de Britodebritogeni@gmail.com<p><strong>ABSTRACT</strong></p> <p>The word insularity comes from island, an isolated island in the middle of the sea. The islands occupy a prominent place in the geographical imagination. They are places with a special poetics, as Bachelard (1957) said, and this explains why so many assumptions and ideas about insularity circulate in society. For this reason, they are also very recurrent objects of writing in literature that has never ceased to fascinate the traveling reader. Its representations are multiple in fictional narratives: space of isolation and reconstruction; a welcoming and maternal place of survival or a place of loss, inhospitable and prisony, making insularity a nodular theme in literature. In this way, and from the different perspectives and interpretations of travelers and adventurers who circulate through the Islands of Cape Verde, by the attraction for the "other place", as well as by the search for literary inspiration, this article aims to present "the image of the islands and insularity" in Cape Verdean literature from the perspective of writers such as Dina Salústio, Eileen Barbosa, José Luís Hopffer Almada and Vera Duarte.</p> <p><em>Keywords</em>: Narratives, Cape Verde, Islands, Insularity, Literature.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17721O espectro da insularidade cabo-verdiana, a partir da obra O Diabo foi meu padeiro, de Mário Lúcio Sousa2025-12-24T11:48:11+00:00Ana Cláudia Piresclaudia.pires.019@gmail.com<p><em>O Diabo foi meu padeiro</em>, da autoria de Mário Lúcio Sousa, dá conta dos tempos infaustos do colonialismo português no Tarrafal, em Cabo Verde, primando por uma narrativa conciliatória que evoca testemunhos de presos políticos portugueses, angolanos, guineenses e cabo-verdianos. O autor aposta numa revisitação da História, na qual recusa a sua versão ocidentalizada e destaca o lugar de fala dos oprimidos, evitando perenizar <em>insularidades</em>. Para entendermos os diferentes níveis e aceções da insularidade cabo-verdiana, este estudo compõe-se por três momentos cerne: (i) proposta do ‘espectro’ como uma chave de leitura para a obra de Sousa; (ii) análise das opções temáticas e estilístico-formais do autor que se alinham com o caráter espectral do romance; (iii) reflexão sobre o espectro da insularidade cabo-verdiana durante a era colonial, que distingue ‘insularidades naturais’ (aspetos geoclimáticos) e ‘insularidades induzidas’ (intervenção humana).</p>Direitos de Autor (c)