Revista de Estudos Literários
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<p>A <em>Revista de Estudos Literários</em> é uma publicação anual da Imprensa da Universidade de Coimbra e do Centro de Literatura Portuguesa (CLP), unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Incidindo sobretudo nos domínios da crítica e da teoria literárias, integrará, em cada número, uma secção temática e procurará acompanhar o movimento editorial consagrado ao ensaísmo literário em Português.</p>Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbrapt-PTRevista de Estudos Literários2182-1526<p>Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p>O processo de formação heterogênea da sociedade são-tomense na literatura de Olinda Beja
https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17730
<p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo busca analisar como a literatura de Olinda Beja, autora de São Tomé e Príncipe, aborda o processo de formação da sociedade são-tomense, articulando ficção à história do arquipélago. A partir da leitura dos contos </span><em><span style="font-weight: 400;">A lenda do precipício</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">Gratidão</span></em><span style="font-weight: 400;">, ambos da obra </span><em><span style="font-weight: 400;">Chá do Príncipe</span></em><span style="font-weight: 400;">, investigam-se os processos pelos quais a escritora representa tensões étnicas, sociais e econômicas que se consolidaram ao longo da história do país, projetando-se desde a estrutura pautada pelo tráfico negreiro no século XIX até meados no século XX. Para isso, será trabalhada uma perspectiva que alia o estudo literário à experiência histórica, contando com o apoio de estudos de cultura (com destaque ao conceito de Heterogeneidade, de Antonio Cornejo Polar) e de especialistas de São Tomé e Príncipe. Assim, o objetivo é compreender as diferenças e semelhanças literariamente constituídas a partir dos elementos ficcionais, pautados, por sua vez, em traços históricos estruturais da sociedade são-tomense, capazes de desvelar a persistência de desigualdades sociais e identitárias.</span></p>Vinícius Ferreira Modena
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15THE PORTRAIT OF THE ISLANDS AND INSULARITY IN CAPE VERDEAN LITERATURE
https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17728
<p> </p> <p><strong>RESUMO</strong>:</p> <p>A palavra insularidade vem de ilha<em>, insula</em> isolada no meio do mar. As ilhas ocupam um lugar de destaque na imaginação geográfica. São locais com uma poética especial, como dizia Bachelard (1957), e isso explica que circulem na sociedade tantos pressupostos e ideias feitas a respeito da insularidade. Por isso, são também objetos de escrita muito recorrentes na literatura que nunca deixou de fascinar o leitor viajante. Suas representações são múltiplas em narrativas ficcionais: espaço de isolamento e reconstrução; um lugar acolhedor e materno de sobrevivência ou um lugar de perda, inóspito e prisional, tornando a insularidade um tema nodular na literatura. Nessa senda, e a partir dos diferentes olhares e interpretações de viajantes e aventureiros que circulam pelas Ilhas de Cabo Verde, pela atração pelo “outro lugar”, assim como pela busca de inspiração literária, este artigo tem como objetivo apresentar a imagem das ilhas e da insularidade na literatura cabo-verdiana a partir da visão de escritores como Dina Salústio, Eileen Barbosa, José Luís Hopffer Almada e Vera Duarte.</p> <p><em> </em></p> <p><em>Palavras-chave</em>: Narrativas, Cabo Verde, Ilhas, Insularidade, Literatura.</p>Geni de Brito
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15THE PORTRAIT OF THE ISLANDS AND INSULARITY IN CAPE VERDEAN LITERATURE
https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17727
<p><strong>ABSTRACT</strong></p> <p>The word insularity comes from island, an isolated island in the middle of the sea. The islands occupy a prominent place in the geographical imagination. They are places with a special poetics, as Bachelard (1957) said, and this explains why so many assumptions and ideas about insularity circulate in society. For this reason, they are also very recurrent objects of writing in literature that has never ceased to fascinate the traveling reader. Its representations are multiple in fictional narratives: space of isolation and reconstruction; a welcoming and maternal place of survival or a place of loss, inhospitable and prisony, making insularity a nodular theme in literature. In this way, and from the different perspectives and interpretations of travelers and adventurers who circulate through the Islands of Cape Verde, by the attraction for the "other place", as well as by the search for literary inspiration, this article aims to present "the image of the islands and insularity" in Cape Verdean literature from the perspective of writers such as Dina Salústio, Eileen Barbosa, José Luís Hopffer Almada and Vera Duarte.</p> <p><em>Keywords</em>: Narratives, Cape Verde, Islands, Insularity, Literature.</p>Geni de Brito
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15O espectro da insularidade cabo-verdiana, a partir da obra O Diabo foi meu padeiro, de Mário Lúcio Sousa
https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17721
<p><em>O Diabo foi meu padeiro</em>, da autoria de Mário Lúcio Sousa, dá conta dos tempos infaustos do colonialismo português no Tarrafal, em Cabo Verde, primando por uma narrativa conciliatória que evoca testemunhos de presos políticos portugueses, angolanos, guineenses e cabo-verdianos. O autor aposta numa revisitação da História, na qual recusa a sua versão ocidentalizada e destaca o lugar de fala dos oprimidos, evitando perenizar <em>insularidades</em>. Para entendermos os diferentes níveis e aceções da insularidade cabo-verdiana, este estudo compõe-se por três momentos cerne: (i) proposta do ‘espectro’ como uma chave de leitura para a obra de Sousa; (ii) análise das opções temáticas e estilístico-formais do autor que se alinham com o caráter espectral do romance; (iii) reflexão sobre o espectro da insularidade cabo-verdiana durante a era colonial, que distingue ‘insularidades naturais’ (aspetos geoclimáticos) e ‘insularidades induzidas’ (intervenção humana).</p>Ana Cláudia Pires
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15Imagens literárias das ilhas do Golfo da Guiné
https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/17710
<p>Este artigo propõe uma apresentação sintética do imaginário comum associado a ilhas fictícias e ficcionalizadas em obras canónicas da literatura dita universal e em produções audiovisuais contemporâneas, geralmente marcadas pela perspetiva do descobridor e por uma experiência de fascínio, estranheza e perigo perante o território insular. Num segundo momento, são delineadas algumas caraterísticas das ilhas do Golfo da Guiné integradas na linha vulcânica dos Camarões – Bioco, Príncipe, São Tomé e Ano Bom – pertencentes a dois contextos nacionais distintos. Por fim, analisa-se a representação dessas ilhas em dois romances, um são-tomense e outro guinéu-equatoriano – <em>Os meninos judeus desterrados </em>(2014), de Orlando Piedade, e <em>Cuando a Guinea se iba por mar</em> (2019), de Juan Tomás Ávila Laurel – e dois contos – “San Lujá Bôtê” de Alice Goretti de Pina, e “Memórias de Sô Pimpa”, de Olinda Beja, ambas são-tomenses. O estudo visa evidenciar os modos de construção textual da insularidade nestas obras pós-coloniais e avaliar a sua relação com a tradição literária das ilhas.</p>Doris Wieser
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