https://impactum-journals.uc.pt/rhi/issue/feedRevista de História das Ideias2025-09-13T13:00:34+01:00Carla Rosagapci@fl.uc.ptOpen Journal Systems<p>A <em>Revista de História das Ideias</em>, criada no âmbito do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi fundada, em 1977, por José Sebastião da Silva Dias e dirigida também por Manuel Augusto Rodrigues, Luís Reis Torgal e Fernando Catroga.<br><br>A revista, de periodicidade anual, inicia em 2016 uma nova série (2ª série), depois de 33 números publicados, na sua maioria temáticos. Todos os artigos de pesquisa publicados na Revista de História das Ideias são objeto de rigorosa arbitragem científica, que compreende a triagem inicial da direção editorial e a revisão cega de, pelo menos, dois pares.<br><br>Admite artigos para publicação em língua portuguesa, inglesa, francesa, espanhola e italiana.</p>https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17036Uma minuta de instruções às embaixadas no reinado de D. João III: sítios, edifícios e debuxos 2025-09-13T13:00:34+01:00Ana Isabel Buescuaib@fcsh.unl.pt<p>O texto que aqui se estuda, inserido num códice revelado e transcrito por Pedro Pinto, não tem data nem destinatário, sugerindo aquele investigador ser uma minuta destinada a uma embaixada de Pedro Mascarenhas a Itália, anterior a 1538. O documento/minuta visa obter informações de carácter jurídico-político, social, eclesiástico, económico, militar, técnico e artístico dos territórios visitados. A comparação com a realidade portuguesa e a utilidade que realidades e/ou soluções pudessem significar para o reino, por analogia ou por contraste, está sempre subjacente num inquérito cujo propósito é o de recolher informação documental, regimental e material, em muitos casos com uma preocupação de quantificação e, até, de registos iconográficos, como sucede nas informações de carácter heráldico. Considerando a natureza e a forma final do documento, este constituiria uma espécie de “regimento” geral ou instruções, como outros que os embaixadores levavam consigo a mando do rei, erigindo-se como um documento de surpreendente alcance e modernidade.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17024Lisboa sob o olhar de Antoine de Saint-Exupéry: o retrato de um paraíso claro e triste2025-09-11T11:49:20+01:00Manuela Sofia da Conceição Silvamanuelasofia.silva@ipt.pt<p>Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) conhece Lisboa, em 1940, aquando da exposição do Mundo Português, em plena Segunda Guerra Mundial. Em <em>Carta a um Refém</em> (1943), o autor expressa as suas impressões acerca da sua breve estadia na capital portuguesa.</p> <p>A partir do ponto de vista de Saint-Exupéry, pretende-se esboçar o retrato dos portugueses, nesta época, assim como analisar o comportamento dos migrantes que se instalavam em Lisboa, à espera de passagem para outros destinos e o modo como estes impactaram a vida dos portugueses. Lisboa surge como um “paraíso claro e triste” (Saint-Exupéry, 1944, p. 27), abrilhantado por uma exposição, reflexo do ideário do regime, e onde se vivia a ilusão da felicidade, apesar da ameaça iminente da invasão alemã e da lembrança viva da guerra que os refugiados traziam. A chegada repentina destes estrangeiros em fuga vem perturbar os costumes, evidenciando o atraso cultural e civilizacional de Portugal.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17007Errância de Gabriela Mistral na Europa: o período português.2025-09-06T11:31:11+01:00Pedro Miguel Gonpedro.miguel.gon@sapo.pt<p>Gabriela Mistral foi um dos vultos da literatura universal que mais intensa vida errante levou. Sendo pouco conhecido o período português dessa errância pelo mundo, procura-se iluminar aqui o período que vai de 1935 a 1937, nomeadamente a sua inclusão na ‘Embaixada Cultural de 1935’. Contrariando a costumada desvalorização da importância dessa etapa, descobrimos que afinal deixou marcas profundas na vida de Gabriela Mistral, nomeadamente pelo encontro espiritual com Miguel de Unamuno e pela consolidação da carreira diplomática. Aborda-se também a passagem de Mistral pela cidade e Universidade de Coimbra.</p>Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16988Aurélio, Diogo Pires (2024). Soberania popular. Estudos sobre a ideia de um poder absoluto e intemporal. Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 162pp., ISBN 978-989-9213-09-8.2025-09-02T16:08:46+01:00Tiago Moura Gonçalvestiagogoncalves024@gmail.comDireitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16982Das Guerras Mundiais à Crise dos Refugiados: Acolhimento de Mulheres em Portugal numa Perspetiva Jurídica e Social2025-08-31T17:01:57+01:00angélica Limaangelica.lima@pt.bosch.com<p>O artigo traça a evolução do acolhimento de refugiadas em Portugal desde a posição de neutralidade nas Grandes Guerras até aos dias de hoje, destacando marcos legislativos como a Lei n.º 27/2008 e o Regulamento (UE) n.º 604/2013. Ao longo da sua história, Portugal desempenhou um papel relevante como porto de abrigo para refugiadas em contexto de conflitos armados e de perseguições políticas; nesse sentido, procede-se inicialmente a uma análise do corredor humanitário que o país representou para as comunidades judaicas durante a Segunda Guerra Mundial, bem como da postura ambígua adotada na Guerra Civil Espanhola (1936–1945), caracterizada por práticas de vigilância e de repatriamento forçado. No período contemporâneo, entre 2015 e 2024, verifica-se que 45 % dos 25 000 pedidos de asilo foram efetuados por mulheres oriundas da Síria, do Iraque e do Afeganistão, revelando lacunas específicas de género no processo de integração, nomeadamente a ausência de programas de apoio psicossocial, as barreiras linguísticas e os entraves de natureza burocrática. A análise crítica do enquadramento jurídico internacional e nacional evidencia um fosso entre o princípio do non-refoulement consagrado na Convenção de 1951 e a sua aplicação prática, refletida nos atrasos na decisão dos pedidos de asilo e na insuficiência de mecanismos que assegurem a validação das qualificações profissionais. Por fim, identifica-se boas práticas, como o apoio ao empreendedorismo de migrantes promovido pelo Alto Comissariado para as Migrações e diversas iniciativas da sociedade civil, enquanto sublinha a urgência de políticas públicas coerentes e sensíveis às questões de género e de mecanismos interinstitucionais duradouros que fomentem a plena integração das mulheres refugiadas em Portugal</p>Direitos de Autor (c)