Revista de História das Ideias https://impactum-journals.uc.pt/rhi <p>A <em>Revista de História das Ideias</em>, criada no âmbito do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi fundada, em 1977, por José Sebastião da Silva Dias e dirigida também por Manuel Augusto Rodrigues, Luís Reis Torgal e Fernando Catroga.<br><br>A revista, de periodicidade anual, inicia em 2016 uma nova série (2ª série), depois de 33 números publicados, na sua maioria temáticos. Todos os artigos de pesquisa publicados na Revista de História das Ideias são objeto de rigorosa arbitragem científica, que compreende a triagem inicial da direção editorial e a revisão cega de, pelo menos, dois pares.<br><br>Admite artigos para publicação em língua portuguesa, inglesa, francesa, espanhola e italiana.</p> pt-PT <p>Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a&nbsp;<a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a>&nbsp;que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p> gapci@fl.uc.pt (Carla Rosa) imprensa.revistas@uc.pt (Imprensa da Universidade de Coimbra) Ter, 25 Mar 2025 15:25:53 +0000 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 ENTRE CARRIS E DESTINOS: REFLEXÃO SOBRE O COMBOIO E A MIGRAÇÃO NO ALGARVE https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16519 <p>Este artigo analisa o papel da ferrovia como veículo de migração no espaço, com foco específico na região do Algarve, Portugal, ao longo do século XX. A partir de uma breve abordagem interdisciplinar que integra a história social e os estudos sobre mobilidade, procura-se compreender como a ferrovia alterou as dinâmicas territoriais, socioeconómicas e culturais, contribuindo para a transformação das paisagens humanas e dos percursos migratórios. O estudo problematiza a ambivalência do comboio enquanto símbolo de progresso e instrumento de desenraizamento. A reflexão sobre a ferrovia e a migração no Algarve revela que o comboio foi tanto um facilitador da mobilidade como um elemento que materializou desigualdades regionais, inscritas nas memórias e nas identidades locais. Por fim, discute-se a importância da preservação crítica dessa história para a compreensão das relações entre território, mobilidade e cidadania contemporânea.</p> Cátia Teixeira Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16519 O documentário como veículo de disputa da memória: a ocupação do tempo vazio em Sonhos de uma Revolução (2023) de Pedro Neves https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16462 <p>De que forma o pode o cinema participar ativamente da disputa da memória? A partir da curta-metragem <em>Sonhos de uma Revolução</em> (2023) de Pedro Neves, propomo-nos pensar o cinema, mais concretamente, o documentário, como veículo de (contra)discursos sobre a realidade. Interrogando o legado do colonialismo português a partir dos romances <em>O Mapeador de Ausências</em> (2022) de Mia Couto e <em>O Museu da Revolução</em> (2021) de João Paulo Borges Coelho, Pedro Neves debruça-se sobre as histórias esquecidas, assinalando o papel da linguagem cinematográfica na enunciação das suas inquietações sobre o peso do passado. Refletindo sobre a ambiguidade inerente às tentativas de classificação do documentário enquanto sistema narrativo, o artigo ilumina a complexidade deste exercício à luz da relação entre cinema e <em>verdade</em>, incidindo no contexto nacional. Por fim, a análise de <em>Sonhos de uma Revolução</em> reatualiza esta discussão, sinalizando o papel do cinema documentário na interpelação crítica da memória coletiva.</p> Tiago Vieira da Silva Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16462 Indonesian Elite, Press and Political Islam in 1990s from a Historical Perspective: A Reflection https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16403 <p>&nbsp;</p> <p><strong>Abstract:</strong></p> <p>This paper investigates the dynamics of the press, the Islamic political elite, the clerics, and the status of Soeharto's New Order in the 1990s. Using a historical perspective, scholars systematically investigate primary and secondary sources for information on political Islam and the elite of President Soeharto's palace throughout history in the 1990s (1990-1996). During Soeharto's New Order in the 1990s, the Islamic political elites competed for access to the palace in order to win political accommodation from the authoritarian state. Soeharto used the term ''Pancasila Democracy'' to justify dictatorship under the New Order and consolidate control. The press, which served as the fourth pillar of democracy from 1990 to 1996, was paralysed by Soeharto's New Order, while Muslim-based civil society was co-opted and grasped in the armpit of palace power. However, press activists/newsmen&nbsp; continue to be excited in revealing the dynamics of some Islamic political elites and civil society in their fight against the New Order's authoritarianism.</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> herdi sahrasad Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16403 Islamic Cosmopolitanism and European Colonialism in the Aru Islands, Maluku (Moluccas) From a Historical Perspective: A Reflection https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16402 <p>&nbsp;</p> <p><strong>Abstract</strong></p> <p>&nbsp;</p> <p>This article explores the traces of cosmopolitanism and Islamic colonialism in the Aru Islands, Maluku (Moluccas) &nbsp;which took place several centuries ago. Also depicts the social history of the Aru Islands, Maluku, in the map of Indonesia's national history. In the era of Southeast Asian trade, the Aru Islands have long been fostered under a very open, cosmopolitan and dynamic Islamic authority where trade and migration are the daily dynamics of the people in this very exotic and rich archipelago. Islam continues to spread to Papua from the Aru Islands, which proves how strong the resilience of the island's people is. Changes occurred when &nbsp;the West colonial powers entered the islands until finally there was a physical conflict in the form of war. Because they did not prepare themselves, the Muslims here lost and were thrown to other islands while continuing to struggle against the &nbsp;West colonial powers. Colonialism increasingly instilled its power and spread a religion (Christian) that was different from Islam (the general belief) &nbsp;held in the Aru Islands. This Western colonialism created complex dynamics, where trade on the one hand was increasingly bustling, but colonial hegemony over the Aru islands was also very real and sharp and shrouded in physical conflict between the Aru Islands Muslims and European colonialists.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Artikel ini mengupas tentang jejak kosmopolitanisme dan kolonialisme Islam di Kepulauan Aru, Maluku (Moluccas) yang berlangsung beberapa abad yang lalu. Juga menggambarkan sejarah sosial Kepulauan Aru, Maluku, dalam peta sejarah nasional Indonesia. Di era perdagangan Asia Tenggara, Kepulauan Aru telah lama dibina di bawah otoritas Islam yang sangat terbuka, kosmopolit dan dinamis di mana perdagangan dan migrasi adalah dinamika sehari-hari masyarakat di kepulauan yang sangat eksotis dan kaya akan alam ini. Islam terus menyebar ke Papua dari Kepulauan Aru, yang membuktikan betapa kuatnya ketahanan masyarakat pulau itu. Perubahan terjadi ketika kekuatan kolonial Barat memasuki pulau-pulau tersebut hingga akhirnya terjadi konflik fisik berupa perang. Karena tidak mempersiapkan diri, umat Islam di sini kalah dan terhempas ke pulau-pulau lain sambil terus berjuang melawan kekuatan kolonial Barat. Kolonialisme semakin menanamkan kekuatannya dan menyebarkan agama &nbsp;Kristen, yang berbeda dengan kepercayaan umum (Islam) yang dianut di kepulauan Aru ini. Kolonialisme Barat ini menciptakan dinamika yang kompleks, dimana perdagangan di satu sisi semakin ramai, namun hegemoni kolonial atas wilayah Aru islands&nbsp; tersebut juga sangat nyata dan tajam serta diselimuti konflik fisik antara Muslim Kepulauan Aru dan penjajah Eropa.</p> <p>&nbsp;</p> herdi sahrasad Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16402 HACIA UNA HISTORIOGRAFÍA INTERDISCIPLINAR DEL MIEDO https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16395 <p>El presente artículo examina el miedo desde un enfoque histórico e interdisciplinar, explorando cómo diversas perspectivas teóricas - biológicas, psicológicas, culturales y políticas - contribuyen a su comprensión como un fenómeno humano complejo, dinámico y profundamente imbricado en las estructuras sociales. Lejos de considerarlo únicamente como una respuesta emocional individual, el miedo se revela aquí como un agente activo en la configuración de normas, valores y relaciones de poder a lo largo del tiempo. A partir de un análisis crítico, se revisan las principales contribuciones historiográficas contemporáneas, identificando metodologías emergentes y vacíos aún no resueltos. El artículo propone un marco analítico integrador que articula distintas dimensiones del miedo y demuestra su operatividad en contextos históricos concretos, como en la Roma antigua. Se concluye que el miedo no solo refleja tensiones estructurales, sino que también actúa como motor de transformación social y como herramienta estratégica en la construcción de imaginarios colectivos.</p> Miguel-Angel García-Madurga Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/16395