Revista de História das Ideias https://impactum-journals.uc.pt/rhi <p>A <em>Revista de História das Ideias</em>, criada no âmbito do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi fundada, em 1977, por José Sebastião da Silva Dias e dirigida também por Manuel Augusto Rodrigues, Luís Reis Torgal e Fernando Catroga.<br><br>A revista, de periodicidade anual, inicia em 2016 uma nova série (2ª série), depois de 33 números publicados, na sua maioria temáticos. Todos os artigos de pesquisa publicados na Revista de História das Ideias são objeto de rigorosa arbitragem científica, que compreende a triagem inicial da direção editorial e a revisão cega de, pelo menos, dois pares.<br><br>Admite artigos para publicação em língua portuguesa, inglesa, francesa, espanhola e italiana.</p> pt-PT <p>Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a&nbsp;<a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a>&nbsp;que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p> gapci@fl.uc.pt (Carla Rosa) imprensa.revistas@uc.pt (Imprensa da Universidade de Coimbra) Ter, 25 Mar 2025 15:25:53 +0000 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 On the genesis of the archaeology of architecture https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17622 <p>Embora o termo «<em>archeologia dell’architettura</em>» tenha sido cunhado em Itália em 1990, este artigo demonstra que a distinção das fases de construção e a leitura arqueológica de edifícios históricos remontam, pelo menos, ao século XIX. Explorando fatores que geraram necessidade de métodos de interpretação estratigráfica aplicados a edifícios — como a pressão da reconstrução pós-guerra, a valorização de todas as fases históricas na teoria do restauro e a complexidade dos contextos urbanos medievais —, examina-se a génese da arqueologia da arquitetura dentro de um quadro amplo, plural e transnacional. Ao considerar influências como a renovação metodológica em arqueologia ou intercâmbios académicos internacionais, o artigo reposiciona a disciplina dentro da sua trajetória historiográfica, esclarecendo os fundamentos históricos que a moldaram e redefinindo os termos do seu surgimento, mostrando, em última análise, como se estabeleceu enquanto campo capaz de integrar rigor científico e preservação do património.</p> António Ginja Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17622 Entre o Jesus de Nazaré e o Jesus da História: Genealogia de uma ideia no campo da História das Ideias https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17469 <p>O presente artigo analisa a categoria de <em>Jesus Histórico</em> a partir da perspectiva da História das Ideias, discutindo os modos pelos quais essa noção se constituiu e se transformou ao longo dos séculos XVIII ao XXI. A pesquisa examina a genealogia das <em>Quests for the Historical Jesus</em>, desde as primeiras críticas iluministas de Reimarus e Strauss, passando pelas abordagens de Bultmann e da Terceira Quest, até perspectivas contemporâneas decoloniais que questionam o eurocentrismo das construções tradicionais. Argumenta-se que o Jesus Histórico é uma construção intelectual atravessada por disputas epistemológicas, culturais e políticas, refletindo tensões entre fé, razão e ciência histórica. Ao analisar o deslocamento conceitual do Jesus Histórico, este estudo propõe compreender como a História das Ideias pode oferecer um olhar crítico sobre as múltiplas formas de pensar Jesus no tempo e no espaço das ideias ocidentais.</p> Hudson Silva Lourenço Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17469 Nos confins da integração normativa https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17219 <p>Este trabalho incide sobre a articulação entre as regras do Direito da União no âmbito da proteção internacional e o procedimento de extradição, à luz do princípio do <em>non-refoulement</em> (não repulsão). Enquadrando brevemente o sistema europeu comum de asilo, reflete-se sobre o papel do princípio da confiança mútua e a existência do reconhecimento mútuo das decisões de concessão do estatuto de refugiado. Para o efeito, refere-se o processo C-352/22 do TJUE, o qual analisa se o estatuto de refugiado concedido por um Estado-Membro poderia ter efeitos vinculativos noutro Estado no âmbito de um pedido de extradição. Concluindo que embora o direito da União não preveja expressamente o reconhecimento mútuo daquelas decisões, o TJUE veio afirmar que os Estados-Membros devem estar certos de que a extradição não conduz, direta ou indiretamente, à violação daquele princípio. Pelo que esclareceu que não se deve extraditar um nacional de um Estado terceiro enquanto o Estado-Membro que concedeu o estatuto não o revogar ou retirar.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: <em>Non-refoulement</em>, refugiados, extradição, reconhecimento mútuo.</p> Fátima Pacheco Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17219 Os “Territórios da Espera” numa Europa em mudança. https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17178 <p><strong>Resumo: </strong>O conceito de “territórios da espera” permite compreender como os projetos migratórios podem ter momentos de desaceleração. “Esperar” para chegar ao destino gera processos de desterritorialização e reterritorialização. A Geografia Literária contribui para a compreensão de fenômenos migratórios, como as migrações de retorno, que ocorreram no processo de descolonização africana. A leitura geográfica do livro “O Retorno”, de Dulce Maria Cardoso, possibilita responder à questão-chave: como a migração forçada de portugueses, residentes nas colónias, foi condicionado pelos “territórios de espera”? Utilizando a metodologia de análise de conteúdo, será discutida a realidade ficcionada pela autora, que vivenciou esse processo na sua adolescência, desde a fuga (desterritorialização) até a chegada a Portugal, onde foi necessário esperar e reconfigurar o espaço temporário de vida (reterritorialização). Esta reflexão pode ser útil para compreender a dinâmica das migrações contemporâneas numa Europa em transformação, com uma matriz migratória cada vez mais diversa e intercultural.</p> Fátima Velez de Castro Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17178 Exploração, Espera e Expulsão: uma abordagem critica às migrações contemporâneas https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17166 <p>Este artigo apresenta uma abordagem crítica às migrações contemporâneas, à luz da Teoria Crítica. De modo a contemplar tal desafio, indaga-se sobre a acuidade da noção de `distorção comunicativa` e de `desrespeito`, tendo presente as propostas de duas referências da denominada segunda (Jürgen Habermas) e terceira (Axel Honneth) gerações da Escola de Frankfurt.</p> <p>Numa época de um certo `desencantamento do mundo` (Adorno e Horkheimer, 1979), parecem ser remetidas para segundo plano formas de tratamento desumano dos que, por diversos motivos, migram. A realidade do sofrimento humano à escala global converge com a transnacionalização de práticas sociais, cujo denominador comum se configura em práticas de exploração, espera e de expulsão de migrantes.</p> <p>Procura-se, assim, analisar a dinâmica dialógica de produção da indiferença, no que diz respeito ao fenómeno migratório, o que apelidamos ser uma “<em>Praxis </em>da Indiferença”.</p> Joana Sousa Ribeiro Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhi/article/view/17166