https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/issue/feed Revista de História da Sociedade e da Cultura 2025-11-12T14:47:55+00:00 Carla Rosa gapci@fl.uc.pt Open Journal Systems A Revista de História da Sociedade e da Cultura, fundada em 2001, é uma revista de periodicidade anual, cujos artigos são sujeitos a avaliação prévia por parte de uma comissão de arbitragem externa. Publica textos de natureza histórica (desde a Antiguidade à Época Contemporânea), noticiários de actividades científicas e recensões críticas de livros. https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/17383 Sea bathing, architecture and law: an overview of 200 years of intersections at the seaside 2025-11-12T14:47:55+00:00 Luís Carlos Mestrinho luismestrinho@hotmail.com <p>Este estudo explora as ligações históricas entre os banhos de mar, a arquitetura e o direito. Mostra como a arquitetura serviu para mediar a prática dos banhos de mar, desde o seu renascimento no século XVIII até à espacialização contemporânea dos múltiplos usos do mar para banhos. Examina o papel do direito na regulação não só da acessibilidade e utilização do espaço marítimo, mas também da prática social dos banhos de mar em si, ao tentar impor padrões morais, o que chamamos de «espacialização da decência». À luz do reconhecimento das atividades relacionadas com a água em ambientes urbanos, este trabalho lança luz sobre as relações complexas e muitas vezes contraditórias, mas sempre presentes, entre os banhos de mar, o direito e a arquitetura, que moldaram tanto o interstício mar-terra como a experiência dos banhistas ao longo da história, e conclui que esta tríade tem estado intimamente ligada, abraçando ou opondo-se à organização social e aos hábitos dos banhistas.</p> Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/17367 Entrevista Professor Kiran Klaus Patel 2025-11-08T18:52:00+00:00 Ana Guardião afsguardiao@gmail.com José Pedro Monteiro ze.pedro.monteiro@gmail.com Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/17296 Identificando duas obras da livraria da Rainha D. Leonor (1458-1525): O Livro dos Boos Costumes e o De Ornatu Mulierum 2025-10-31T15:58:02+00:00 Ana Isabel Buescu anabuescu@netcabo.pt <p>Assinalam-se em 2025 os 500 anos da morte da rainha D. Leonor (1458-1525), figura singular e interveniente na história política, social e cultural do seu tempo. Os livros e a cultura escrita foram parte integrante dos seus interesses, tendo a rainha patrocinado a publicação de obras cimeiras da proto-tipografia portuguesa, sendo também possuidora de uma livraria que hoje sabemos ter tido uma dimensão notável para o seu tempo. No contexto de uma panorâmica de conjunto da sua livraria, este texto dará especial destaque aos seus livros de carácter profano, sublinhando a diversidade temática que reflecte o eclectismo de interesses de D. Leonor. Em particular, procederemos à identificação de duas obras, de cariz bem diverso mas ambas de grande significado cultural.</p> Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/17247 “Falando ElRey, lhe perguntou da saude d’ElRey” 2025-10-27T22:32:25+00:00 Zoltan Biedermann z.biedermann@ucl.ac.uk <p>Este artigo, que se insere numa investigação mais alargada sobre as dinâmicas diplomáticas que sustentaram a primeira globalização, enfoca a cultura diplomática em que se baseou o estabelecimento de relações duráveis entre portugueses e as elites de sociedades na África Ocidental e no Índico nos finais de quatrocentos e inícios quinhentos. Passa em análise as motivações transversais que, quer em África, quer na Ásia, quer no próprio reino, animaram reis e régulos a investirem em mecanismos diplomáticos com uma forte componente cerimonial para consolidarem o seu poder. Formula, com base nessa análise, algumas perguntas mais abrangentes sobre o significado da diplomacia e dos rituais políticos para a história das formações políticas tardo-medievais e modernas. Aventa a hipótese de que uma história transnacional das práticas diplomáticas, atenta tanto às dinâmicas de conexão e convergência como às de desconexão e divergência entre culturas, poderá ajudar a compreender melhor o carácter dinâmico do poder régio – incluindo a amplamente debatida problemática da centralização régia – no próprio Portugal da passagem para o século XVI.</p> Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/17230 SER MIGRANTE É NATURAL E SER IMIGRANTE É NORMAL 2025-10-22T20:08:52+01:00 Roberto Vilmar Satur robertosatur@yahoo.com.br <p>Este artigo reflete sobre o ato e a condição de ser migrante, imigrante e refugiado, assim como sua relação com a ‘nova’ terra e com o ‘novo’ povo com o qual irá se relacionar, interagir e conviver. Evidente que diferenças culturais vão ser percebidas, algumas serão assimiladas e outras resistirão. Sob o ponto de vista legal e humanitário essas pessoas devem ser tratadas com zelo e cuidado, sendo amparadas pela comunidade local. Sob o ponto de vista religioso, especialmente na perspectiva teológica e do princípio judaico-cristão, é claramente determinado que a comunidade local deve amparar e cuidar do estrangeiro. O problema é que o Estado, que deveria dar o amparo legal e oficial, dificilmente o faz, ou o faz de forma precária ou incompleta. Atua mais no controle e na barreira à entrada do que no amparo e assistência. A inoperância dos governos tem sobrecarregado as igrejas, as demais instituições religiosas e ONGs que atuam, na maioria dos casos, voluntariamente ou sob autofinanciamento nesse trabalho de abrigo e socorro. Essa sobrecarga tem feito tais instituições a não darem conta de toda a demanda. É essa discussão que se desenvolve nesse artigo, tentando refletir na perspectiva metodológica com argumentos presentes em diversas bibliografias, em atos legais (legislação e sua aplicação) e em livros sagrados, como é o caso da Bíblia, em que se discute sobre o papel do acolhimento ao imigrante e refugiado e seus percalços. Para isso, usa a pesquisa qualitativa e reflexiva, baseado em pesquisa bibliográfica e pesquisa <em>web</em>. Chega-se à conclusão de que se não fossem as entidades não estatais (igrejas, ONGs etc.) praticamente a maioria dos refugiados viveriam em situação de rua e marginalizados, isso não é exclusividade brasileira. Conclui-se que acolher os imigrantes e refugiados é um dever de todas as comunidades locais, tanto para pessoas físicas como jurídicas, tanto para entes estatais como não estatais, tanto para cristãos como para não cristãos. É um dever humanitário.</p> Direitos de Autor (c)