Revista de História da Sociedade e da Cultura https://impactum-journals.uc.pt/rhsc A Revista de História da Sociedade e da Cultura, fundada em 2001, é uma revista de periodicidade anual, cujos artigos são sujeitos a avaliação prévia por parte de uma comissão de arbitragem externa. Publica textos de natureza histórica (desde a Antiguidade à Época Contemporânea), noticiários de actividades científicas e recensões críticas de livros. pt-PT <p>Los autores conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, estando el trabajo simultáneamente bajo la Licencia de Atribución de Creative Commons que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de la autoría y la publicación inicial en esta revista.</p> gapci@fl.uc.pt (Carla Rosa) imprensa.revistas@uc.pt (Imprensa da Universidade de Coimbra) Qui, 05 Dez 2024 11:53:26 +0000 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 As primeiras sessões de cinema em Ponte de Lima e o teatro Diogo Bernardes na comunicação social https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16167 <p>A realidade social do período que atravessa o final do século XIX e o início do século XX caracteriza-se por um conjunto de transformações que conduz à queda do regime monárquico e ascensão dos ideais republicanos, já consolidados na opinião pública e na emergência dos movimentos sociais. Num contexto marcado por mudanças, as primeiras sessões cinematográficas são exibidas, oficialmente em 1896, na capital, estando a par desse acontecimento a imprensa como um forte instrumento de divulgação e promoção da estreia do cinematógrafo, gerando uma onda de entusiasmo geral. Assim, o cinema revelou-se, desde logo, uma revolução tecnológica e cultural, capaz de despoletar a iniciativa de particulares e empresários em localidades rurais, a fim de reunirem as condições técnicas e as estruturas físicas para a exibição das primeiras películas, como é o caso da vila de Ponte de Lima, em 1907. Neste estudo, com o recurso a notícias de fontes primárias (Imprensa Periódica), classificadas por Pina (1986) como “elementos preciosos para a investigação do nosso passado fílmico”, procura-se contextualizar a chegada do cinematógrafo a Ponte de Lima, as condições técnicas e o impacto das sessões cinematográficas, dando enfoque a algumas notícias referidas nos Jornais locais.</p> Ana Catarina Amorim de Lima, Rooney Figueiredo Pinto Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16167 FERRARA, Bartolomeo da, Tratactus predicandus in ciuitate pestilenciata (2024). Giovanni Paolo Maggioni (ed.). Firenze: Edizioni del Galluzzo, 2024. 304 p. ISBN 978-88-9290-316-6. 70€. https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16152 André Filipe Oliveira da Silva Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16152 O vinho de Deus e dos homens: O tempo longo do vinho na Igreja e na Sociedade https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16150 <p>O presente estudo, ancorado num quadro de longa duração, desenvolve a relação da cultura da vinha e produção do vinho com as designadas religiões do livro, seus ritos, interditos e ambivalências, embora tenha como centralidade a teologia cristã e o papel sacramental do vinho. Analisa a função da igreja na salvaguarda e difusão da vinha no ocidente europeu, contrariando os sinais negativos da queda do Império e consequente barbarização. Carateriza o desempenho inovador dos cenóbios beneditinos e cistercienses na difusão dos saberes, tanto ao nível dos métodos e técnicas de cultivo, como nos processos de vinificação e tipos de vinho. Aborda as utilizações terapêuticas do vinho, o consumo diferenciado, segundo a posição e privilégio social, os critérios histórico-culturais das práticas de beber, assim como a democratização da bebida e as regras morais que combatem os excessos no seio da igreja e na comunidade de crentes.</p> António Maduro Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16150 As Relações diplomáticas entre Portugal e Marrocos https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16147 <p>A obra "As relações diplomáticas entre Portugal e Marrocos do tratado de paz (1774) ao protectorado (1912)", de Mohammed Nadir, analisa criticamente a evolução das relações luso-marroquinas durante um período crucial de transformações geopolíticas. O autor, com formação multicultural e domínio linguístico de fontes primárias em árabe e português, apresenta duas teses centrais: que a diplomacia entre as nações expressou "forças profundas" de realpolitik e que o imperialismo europeu oitocentista uniu os dois países em busca de sobrevivência. A pesquisa fundamenta-se em documentos diplomáticos de arquivos portugueses e marroquinos, superando a tendência historiográfica de abordar as relações exteriores marroquinas apenas sob a perspectiva europeia. Nadir delineia uma trajetória que parte do confronto à colaboração, demonstrando como Portugal praticou uma "diplomacia cordial" diferenciada das potências coloniais dominantes, enquanto o Marrocos enfrentava crescentes pressões imperialistas que culminaram no protetorado de 1912. A obra constitui referência historiográfica incontornável ao oferecer uma perspectiva marroquina sobre temas centrais da história diplomática moderna.</p> Lucas de Mattos Moura Fernandes Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16147 “Falando ElRey, lhe perguntou da saude d’ElRey” https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16145 <p>Este artigo insere-se numa investigação mais alargada sobre as dinâmicas diplomáticas que sustentaram a primeira globalização. Nas páginas que se seguem, procurarei, primeiro, caracterizar a cultura diplomática que, no meu entender, foi crucial para o estabelecimento de relações duráveis no Índico, e também numa África Ocidental que possibilitou, poucos anos antes, aprendizagens relevantes para a acção dos portugueses no Oriente. Passarei depois a uma análise das motivações transversais que, quer fosse na Ásia, quer em África, quer ainda no próprio reino, animaram reis e régulos a investirem em mecanismos diplomáticos com uma forte componente ritual/cerimonial para consolidarem o seu poder. Formularei por fim algumas perguntas mais abrangentes sobre o significado de tudo isto para a história das formações políticas tardo-medievais e modernas. Uma das hipóteses aqui aventadas é que uma história transnacional das práticas diplomáticas poderá ajudar a compreender melhor o carácter dinâmico do poder régio em Portugal na passagem para o século XVI – um ponto contencioso na historiografia nacional, e que merece um novo enfoque numa perspectiva transnacional</p> Zoltan Biedermann Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rhsc/article/view/16145