Revista Portuguesa de História https://impactum-journals.uc.pt/rph <p>A <strong>Revista Portuguesa de História</strong> é uma revista de periodicidade anual, cujos artigos são sujeitos a uma avaliação prévia por parte de uma comissão de arbitragem. Foi criada em 1941, no âmbito do Instituto António de Vasconcelos, designado, desde 1975, Instituto de História Económica e Social. Esta Revista tem-se dedicado, desde a sua fundação, à publicação de estudos de investigadores portugueses e estrangeiros na área da História, desde a Antiguidade até à Época Contemporânea. A RPH está empenhada na divulgação dos resultados da investigação histórica nas áreas da História Portuguesa e Mundial, sob a forma de artigos, recensões críticas e notícias.</p> pt-PT <p>Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a&nbsp;<a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a>&nbsp;que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p> gapci@fl.uc.pt (Carla Rosa) imprensa.revistas@uc.pt (Imprensa da Universidade de Coimbra) Qua, 16 Jul 2025 11:48:57 +0100 OJS 3.2.1.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 A O alembamento no povo ovimbundu do Bailundo: entre a tradição cultural e a mercantilização contemporânea https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17714 <p>A abordagem do assunto sobre o (alembamento no povo ovimbundu do Bailundo: Transacção mercantilista e Tradição<em>)</em>, constitui a temática central neste artigo. Frequentemente, ergue-se várias contendas sobre qual tem sido a observância do ritual de alembamento enquanto valor cultural e característico da matriz africana dos povos de origem bantu em particular do povo ovimbundu do Bailundo<em>.</em> O alembamento de acordo a matriz cultural africana, representa um pressuposto cultural indispensavel para o alcance do statu social de casados e daqueles que pretendem se casar, porém, as tendências conteporâneas deste ritual de casamento tradicional, visam obscurecer a sua essência e consequentemente, não se fazem casamentos como no antigamente, sobretudo em termos da sua originaliadade e perpetuosidade, porque, a lógica mercantilista cegou muitas famílias, ao contrário da necessidade de se conhecer &nbsp;seu real significado cultural afim de se &nbsp;preservar, valorizar e transmitir tais valores à gerações neófitas. Entretanto, para compreender-se o assunto em causa, fez-se uma abordagem sócio-histórica do povo ovimbundu do Bailundo enquanto objecto de estudo e procurou-se também, indagar os factores de ordem interna e externa que têm influênciado negativamente nos casamentos tradicionais na conteporaneidade. Outrossim, académicos, investigadores, autoridades tradicionais, sociedade, Estado, e outros intervenientes comprometidos pela necessidade da preservação dos valores culturais, têm levantado fortes preocupações sobre o modo em como o ritual de alembamento tem sido realizado em tempos actuais. Assim, quanto ao objectivo da pesquisa é de tipo descritiva aportada na abordagem &nbsp;de natureza de pendor qualitativa e na revisão bibliográfica e documental com a intercalação de entrevistas de confrontação, enquanto instrumentos ou técnicas de obtenção de dados para enxergar-se na essência do tema e do problema&nbsp; levantado.</p> Agostinho Cristóvão Diogo; Azevedo Dinho Dinho Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17714 Venalidade e senhorios em Portugal durante o século XVII https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17636 <p>O presente estudo analisa a venda de senhorios em Portugal durante o período da União Ibérica. Contribui para o debate historiográfico sobre a venalidade neste reino, no qual alguns historiadores questionam a ideia de que os monarcas não tenham vendido privilégios e honras, tal como aconteceu noutras monarquias europeias. O presente artigo demonstra que também se comercializaram senhorios em Portugal, tal como aconteceu noutros territórios da Monarquia Hispânica, por exemplo, em Castela, Nápoles ou Sicília. Para esse efeito, é realizado um estudo de caso sobre a venda de Punhete (atualmente conhecido como Constância) a Diogo Soares, que foi secretário de Estado do Conselho de Portugal durante o reinado de Filipe IV. A análise começa por abordar a origem social e a trajetória de Soares, passando depois ao exame do processo de venda do senhorio e da fundação de um maiorazgo, entendidos como estratégias de ascensão social no Antigo Regime.</p> Francisco Javier Illana López Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17636 Rumo à Terra https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17618 <p>O presente artigo examina o projeto luso-brasileiro <em>Rumo à Terra</em> do intelectual portuense Carlos Malheiro Dias, particularmente à luz de sua orientação política-cultural e da Primeira Guerra Mundial, dando ênfase em suas dimensões nacionalistas e identitárias. Com a entrada de Portugal no conflito, no início de 1916, Malheiro Dias foi um forte mobilizador da Colônia Portuguesa do Rio de Janeiro, então capital federal, e se empenhou em angariar fundos para o apoio na causa da pátria. Tal projeto sobrepunha elementos da elite da comunidade portuguesa e da diplomacia, e está em consonância com a configuração política de Portugal no momento, uma vez que a aproximação do Brasil reforçaria e diversificaria sua inserção internacional logo após a instauração da república. Além disso, este foi ainda uma plataforma para veiculação das teses do autor a respeito da colonização portuguesa e da constituição do que viria a ser a cultura brasileira. Concluímos que, em sua proposta, o escritor se atém a um discurso nacionalista, que confundia a causa republicana com a causa nacional, no qual a comunidade e identidade lusófonas atestariam a influência e a capacidade colonizadora portuguesa, antecipando ideias seriam ventiladas em sua futura obra <em>História da Colonização Portuguesa do Brasil</em> (1921-1924).</p> Fernanda Arouca Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17618 OS POBRES DE CRISTO – A construção da identidade franciscana na Narrativa da Custódia de Santo Antônio do Brasil de Fr. Manuel da Ilha (1621) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17519 <p>Este artigo toma como principal objeto de análise a <em>Narrativa da Custódia de Santo Antônio do Brasil</em>, escrita em 1621 pelo franciscano português Fr. Manuel da Ilha. A obra registra o processo de instalação da Ordem dos Frades Menores na América portuguesa, retratando a vinda dos primeiros missionários para a colônia, bem como a construção de seus conventos, o cotidiano dos religiosos e os supostos êxitos alcançados na conversão dos indígenas. Nestas páginas, examina-se, mais especificamente, a forma como Fr. Manuel da Ilha descreveu a aparência e as práticas espirituais de seus confrades, identificando o modelo de religioso franciscano que emerge da <em>Narrativa. </em>Esta investigação leva em consideração, sobretudo, o fato de que esta crônica foi escrita em um período em que os contornos da espiritualidade franciscana não estavam plenamente estabelecidos. Na altura do século XVII, os Frades Menores encontravam-se divididos em diferentes vertentes, cada uma delas propondo como verdadeira sua própria interpretação da regra deixada por Francisco de Assis. Diante disso, o artigo procura examinar os interesses por trás da autoimagem fabricada por Fr. Manuel da Ilha, buscando compreender como o cronista se posicionou em meio aos embates e discórdias que permeavam a construção da identidade franciscana no período.</p> Rafaela Almeida Leovegildo Franca Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17519 A A leitura de Portugal nos guias de viagem estrangeiros (1845-1974) dedicados à Península Ibérica https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17407 <p>A presente análise de Portugal nos guias de viagem estrangeiros (1845-1974) dedicados à Península Ibérica tem como objetivo examinar a perceção e a divulgação do país ao longo desse período, através dessas publicações, bem como identificar mudanças sociais, culturais e espaciais associadas às viagens pelo território.</p> <p>Como método de pesquisa central recorreu‑se à análise de guias de viagem tendo em conta que, como género específico, a literatura de viagem retrata a representação do espaço, possibilitando reconstituir o que podemos chamar de viagens do passado como construções culturais do seu tempo.</p> <p>O estudo pretende ampliar o conhecimento sobre a história das viagens, do lazer e do turismo na Península Ibérica, com especial ênfase em Portugal. Propõe-se analisar a evolução das descrições e perceções destes destinos nas narrativas dos guias de viagem, examinando como essas perspetivas refletiram e influenciaram as práticas turísticas.</p> <p>Na análise dos guias estrangeiros selecionados, persiste uma tendência de retratar Portugal como uma extensão ou província de Espanha ou como mero complemento da viagem espanhola. Esta representação subordinada compromete significativamente a construção da imagem de Portugal no exterior, evidenciando desafios culturais e obstáculos na afirmação da sua identidade turística.</p> Didiana Fernandes Direitos de Autor (c) https://impactum-journals.uc.pt/rph/article/view/17407