Revista Portuguesa de Pedagogia
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<p class="p">A <em>Revista Portuguesa de Pedagogia</em> é uma publicação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.</p> <p class="p">Publicada desde 1960, a <em>Revista Portuguesa de Pedagogia </em>visa divulgar a investigação realizada no âmbito das Ciências da Educação e promover o debate e a reflexão em torno de questões científicas e sociais relevantes para a educação, bem como a partilha de ideias, de saberes e de experiências neste domínio.</p> <p class="p">A <em>Revista Portuguesa de Pedagogia</em> publica artigos em português, inglês, espanhol e francês, submetidos a um processo de avaliação em regime de <em>double blind refereeing</em>.</p>Imprensa da Universidade de Coimbrapt-PTRevista Portuguesa de Pedagogia0870-418X<p>Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_new">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p>Mapeamento de Critérios de Seleção para o Livro-álbum no Jardim de Infância: Mediadores e Repertórios Literários
https://impactum-journals.uc.pt/rppedagogia/article/view/17635
<p style="margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt; line-height: 200%;">O artigo apresenta uma revisão da literatura dedicada aos critérios de seleção de livros-álbum para o jardim de infância, tomando como eixo central a ação dos mediadores de leitura e a responsabilidade que assumem na escolha das obras e na constituição de repertórios literários de qualidade para crianças em idade pré-escolar. A análise desenvolve-se a partir de dois pilares principais: por um lado, o enquadramento normativo nacional, em particular as <em data-start="455" data-end="509">Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar</em> (OCEPE) (Direção-Geral da Educação [DGE], 2016), que sublinham a importância da leitura de histórias, da oferta de livros de qualidade e da participação das crianças nas decisões sobre o que é lido em contexto educativo; por outro, o <em data-start="744" data-end="781">Plano Nacional de Leitura 2017–2027</em> (PNL2027), que define como metas o incentivo a hábitos de leitura, o reforço das competências de literacia e a garantia de acesso à literatura desde a educação pré-escolar. Neste cenário, o livro-álbum assume um papel de destaque nas rotinas do jardim de infância, quer a partir das escolhas do educador, quer através das solicitações das próprias crianças, o que torna particularmente premente uma seleção cuidadosa, capaz de articular a exigência estética, pertinência pedagógica e salvaguardar o interesse superior da criança.</p> <p style="margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt; line-height: 200%;">A reflexão dialoga com contributos de Ana Margarida Ramos, Sara Reis da Silva e Teresa Colomer, entre outras autoras, bem como com estudos internacionais sobre <em data-start="1476" data-end="1490">picturebooks</em>, literacia visual e leitura multimodal de investigadores como Arizpe e Styles, Nikolajeva e Scott, Nodelman, Pantaleo e Yokota e Teale. Entre os trabalhos em língua portuguesa, destacam-se dois estudos de carácter pioneiro no domínio dos critérios de seleção: Silva e Barroso apresentam um conjunto de parâmetros para o “álbum infantil” no contexto português, enquanto Santos e Saito discutem a escolha de literatura na educação infantil brasileira em estreita articulação com as práticas quotidianas dos mediadores. A leitura cruzada destes contributos, colocada em relação com as OCEPE e o PNL2027, permite identificar um conjunto de dimensões recorrentes na definição de qualidade do livro-álbum: adequação à faixa etária e às formas de fruição da geração alfa; densidade literária e complexidade narrativa; sofisticação visual e gráfica; potencial pedagógico e inclusivo; relevância cultural e social; originalidade e inovação formal; bem como o papel estruturante dos elementos paratextuais e peritextuais.</p> <p style="margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt; line-height: 200%;" data-start="2506" data-end="3718">Cumpre enfatizar que o estudo emerge de uma necessidade reconhecida no próprio quotidiano profissional: a experiência da investigadora enquanto educadora de infância evidencia a utilização constante de livros-álbum em leituras em grande grupo e em momentos de escolha autónoma pelas crianças, coexistindo com a escassez de referenciais teóricos sistematizados que orientem de modo rigoroso esse processo de seleção e com uma oferta ainda reduzida de formação contínua específica nesta área. Refletir sobre critérios de seleção de livros-álbum para o jardim de infância implica, assim, pensar as condições de construção de repertórios literários que respondam simultaneamente às orientações dos documentos de política educativa e às exigências concretas dos contextos de prática. O artigo propõe, por conseguinte, a enumeração e sistematização dos critérios de seleção identificados na literatura especializada, evidenciando aproximações, tensões e lacunas, e avança uma reflexão crítica sobre um campo pouco explorado, apontando a necessidade de futuras investigações empíricas com crianças e mediadores de leitura em jardim de infância que permitam avançar para uma proposta consolidada de critérios de seleção.</p>Ana Gonçalves
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59Gamificação Gamificação no Ensino da Língua Portuguesa: Práticas Pedagógicas Ativas
https://impactum-journals.uc.pt/rppedagogia/article/view/17522
<p>O método de ensino expositivo, alicerçado na aprendizagem conservadora e desatualizada, assenta num processo comunicativo unidirecional, onde o professor é o especialista dos conteúdos programáticos, impõe aos alunos uma atitude de passividade e impede o desenvolvimento do pensamento crítico, colaboração e criatividade. Neste âmbito, a gamificação destaca-se como uma abordagem pedagógica potencialmente eficaz, orientada para a melhoria do desempenho académico dos alunos, assim como promove níveis superiores de motivação, interesse e participação nas atividades de aprendizagem. Este estudo pretende implementar e avaliar a eficácia de um programa de intervenção baseado na gamificação nas aulas de Português do Ensino Secundário. Na recolha de dados, utilizou-se o Questionário Sociodemográfico, um Teste Diagnóstico (antes e após a intervenção) e um Questionário de Avaliação de Satisfação. Participaram 44 alunos de duas turmas do 10º ano (22 alunos em cada), distribuídos em dois grupos (intervenção -GI e controlo - GC). O GI obteve melhores resultados do que o GC (após intervenção) em dois domínios linguísticos: orações coordenadas, que passaram M=3,14 (DP=3,98) para M=13,77 (DP=1,51) (p=0,051) e nas orações subordinadas adverbiais que passaram de M= 9,27 (DP=5,31) para M=16,64 (DP=1,53) (p=0.002). Todavia, é necessário replicar este estudo com amostras maiores para consolidar os resultados obtidos.</p>Sandra Maria Marques Brás TeodósioAna Paula Amaral
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59Racismo Ambiental no Brasil:
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<p>O presente artigo aborda o conceito de Racismo Ambiental e sua relação com desigualdades sociais observadas atualmente. Cunhado em 1982, o termo trata da discriminação que expõe grupos minoritários a riscos ambientais à medida que os exclui de decisões políticas. No Brasil, fatores históricos e sociais, como a escravidão, agravam essa exclusão, afetando negros, indígenas e comunidades de baixa renda. Para fomentar a educação crítica sobre o tema, foi desenvolvido o jogo pedagógico “Territórios em Crise” que, ao simular desigualdades socioambientais em uma cidade fictícia, explora de modo pedagógico a vulnerabilidade de comunidades marginalizadas a desastres ambientais e danos ecológicos. Portanto, o presente artigo buscou analisar se o jogo pedagógico elaborado é capaz de expandir a percepção dos estudantes acerca do racismo ambiental e suas implicações, estimulando o pensamento crítico e promovendo discussões socioambientais em sala de aula. O jogo foi aplicado em uma classe do curso de Ciências Biológicas de uma universidade privada brasileira, dentro do componente curricular “Ciência, Tecnologia e Sociedade na Saúde”. Contando com a participação de 14 alunos, foram realizadas discussões reflexivas sobre o tema após o jogo, em conjunto com o uso de rubricas para que os estudantes realizassem uma autoavaliação de seu desempenho na dinâmica. Os resultados sugerem uma significativa sensibilização dos alunos sobre o tema e apontam que a atividade os motivou a refletir sobre seus próprios contextos, estabelecendo pontes entre as dinâmicas de opressão e privilégio trabalhadas no jogo e suas vivências pessoais. Desse modo, é demonstrada a eficiência de metodologias interativas, como a que foi empregada, na motivação de reflexões críticas acerca de questões socioambientais.</p>Victor Hugo Rosa RomanatoBeatriz Penha ScarabottoCatarina Martins BianchiMayara Rosseti Silva Tainá de Andrade LopesMagda Medhat Pechliye
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59Desenho Universal para a Aprendizagem: estratégias e práticas pedagógicas para um ensino inclusivo
https://impactum-journals.uc.pt/rppedagogia/article/view/17072
<p>As turmas numerosas e heterogêneas desafiam os professores a planearem práticas que assegurem a participação de todos os estudantes e, simultaneamente, promovam aprendizagem e engajamento. O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) emerge como uma abordagem inovadora, ao propor currículos flexíveis e acessíveis, organizados em torno dos princípios de engajamento, representação e ação/expressão. Este estudo teve como objetivo analisar a eficácia das práticas pedagógicas fundamentadas no DUA, na promoção do ensino inclusivo. Para tal, realizou-se uma revisão bibliográfica de caráter narrativo, abrangendo livros, capítulos e artigos publicados entre 2015 e 2025, em bases nacionais e internacionais. Os resultados revelam que o DUA favorece a aprendizagem e o engajamento, ao ampliar as possibilidades de participação dos estudantes, independentemente das suas singularidades. Evidencia-se, contudo, a necessidade de investimento contínuo na formação docente e no desenvolvimento de recursos que viabilizem sua aplicação, em contextos escolares diversos. O trabalho contribui, assim, para reforçar a pertinência do DUA como caminho para uma pedagogia inclusiva, destacando potenciais, desafios e perspectivas para a prática educativa.</p>Lyslley Ferreira dos SantosCarina Alexandra Rondini
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59Socialização de Filhos de Casais Franco-brasileiros — Transmissão Cultural
https://impactum-journals.uc.pt/rppedagogia/article/view/16933
<p style="font-weight: 400;">O processo de socialização no seio da família franco-brasileira (mulheres brasileiras casadas com franceses que residem na França) apresenta um quadro propício à compreensão sociológica da construção identitária dos casais pelo uso linguístico no cotidiano em seus lares. O empenho de certos casais franco-brasileiros em transmitir a seus filhos uma educação bilíngue nos permite detectar suas intenções relativas a um tipo específico de socialização na sociedade em que se desenvolvem. É nesse contexto que é possível compreender o impacto das relações franco-brasileiras, em que o empenho em favor das línguas é um dos fatores-chave para que os atores desenvolvam um tipo particular de construção identitária. Pode-se sugerir que a transmissão cultural, a língua materna, a religião e o modo de celebrar festas de aniversário são o resultado das construções estratégicas da vida familiar dos casais franco-brasileiros, segundo o modelo da transplantação geográfica da mulher brasileira na França. A diferença cultural, que de certa forma dá início ao caráter misto do matrimônio, nos permite novamente levar em conta a negociação entre o homem francês e a mulher brasileira, no que diz respeito às expectativas do casal em relação ao modelo educativo dos filhos.</p> <p style="font-weight: 400;"> </p> <p style="font-weight: 400;">Palavras chaves: Socialização, linguistica, religião, transmissão, casais, filhos franco-brasileiro.</p>Marta DOS SANTOS SILVA
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