Um forno e dois crânios encontrados na porta Sul da Egitânia (Idanha-a-Velha): uma descoberta única do início da Idade Média

Sofia Tereso; Carla Ribeiro; José  Cristóvão; Tomas Cordero; Ricardo Costeira da Silva; Catarina Tente; Pedro Carvalho

doi:10.14195/2182-7982_41_9

Autores

Sofia Tereso Universidade de Coimbra, CIAS https://orcid.org/0000-0002-7865-0068
Carla Ribeiro Município de Idanha-a-Nova https://orcid.org/0000-0002-4771-8613
José Cristóvão Município de Idanha-a-Nova
Tomas Cordero Instituto de Estudos Medievais, FCSH-NOVA https://orcid.org/0000-0001-7122-4050
Ricardo Costeira da Silva Universidade de Coimbra, CEIS20, Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0003-1006-8562
Catarina Tente Instituto de Estudos Medievais, FCSH-NOVA https://orcid.org/0000-0002-7944-1583
Pedro Carvalho Universidade de Coimbra, CEIS20, Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0003-3749-3542

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-7982_41_9

Palavras-chave:

Muralha tardo-romana, forno Alto Medieva, cidade antiga, contexto funerário secundário, depósitos funerários não adultos

Resumo

Em 2019, durante as escavações arqueológicas levadas a cabo na Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha, no âmbito do projeto “IGAEDIS: Da Civitas Igaeditanorum à Egitânia. A construção e evolução da cidade e a definição dos seus territórios da época romana até à doação dos Templários (séculos I a XII)”, foram descobertos dois crânios no interior de um pequeno forno localizado junto à porta sul da antiga cidade romana. Estes representam um depósito secundário ocorrido após o abandono do forno, provavelmente já no século VI d.C. Os crânios correspondem a dois não adultos com estimativas da idade à morte compreendidas entre os 7 e os 16 anos e foram datados da fase final da época romana. Este depósito, que constitui um contexto original e único no mundo funerário da Alta Idade Média peninsular, levanta várias questões de interpretação e de leitura de sequências temporais na formação de contextos arqueológicos complexos.