Nódulos de Schmorl em indivíduos da Colecção de Esqueletos Identificados Século XXI (CEI/XXI) da Universidade de Coimbra (Portugal)
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-7982_40_5Palavras-chave:
corpos vertebrais, lesões ósseas, postura bípede, envelhecimento, paleopatologiaResumo
Os nódulos de Schmorl (NS) são depressões na superfície do corpo vertebral que afetam, com maior frequência, a região inferior da coluna torácica e lombar, sendo comuns em populações atuais e do passado. O presente trabalho tem como objetivo cardinal a estimativa da prevalência de NS numa amostra de 128 indivíduos adultos (81 do sexo feminino e 47 do masculino) pertencentes à Colecção de Esqueletos Identificados Século XXI (Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra). Adicionalmente, pretende-se demarcar a sua distribuição anatómica na coluna vertebral, e averiguar possíveis vínculos com o sexo biológico e a idade à morte. Foi registada uma prevalência total de 61,7%, a mesma para ambos os sexos. A idade à morte dos indivíduos com NS (média = 80,7 anos; DP = 8,1) é praticamente idêntica à dos indivíduos sem NS (média = 81,7 anos; DP = 9,9). Não foram encontradas, portanto, associações entre a presença de NS e o sexo biológico ou a idade à morte – num contexto em que existe uma elevada variabilidade nas prevalências reportadas de acordo com o sexo e a idade. A maioria das lesões, frequentemente localizadas no centro dos corpos vertebrais, foi classificada como severa. As vértebras mais afetadas foram a L1 (3,0%), a L2 (2,9%), bem como a T11 e a T12 (ambas com 2,8%). De facto, a região toracolombar foi a mais afetada, possivelmente devido à sobrecarga de forças, à amplitude de movimentos e à menor espessura do disco intervertebral nessa região da coluna vertebral, bem como às limitações biomecânicas associadas à postura bípede. Os resultados exprimem uma elevada prevalência de NS nesta amostra, equiparável às frequências mais elevadas referenciadas na literatura médica e paleopatológica.
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