Um possível caso de síndrome de Crouzon numa estatueta feminina de Bracara Augusta do século II EC
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-7982_41_2Palavras-chave:
Iconodiagnóstico, paleopatologia, disostose craniofacial, síndrome de Crouzon, medicina greco-romana, Bracara AugustaResumo
As obras de arte não são apenas objetos de beleza, mas também documentos históricos que podem revelar doenças desconhecidas pelos médicos antigos, tais como malformações congénitas. Uma estatueta feminina de bronze do século II EC, descoberta durante escavações na cidade romana de Bracara Augusta, atualmente a cidade de Braga, apresenta características faciais intrigantes, indicando fortemente a existência de uma patologia subjacente. Os traços faciais anormais apontam para disostose craniofacial, mais precisamente, síndrome de Crouzon. A figura retratada usa a coroa das deusas padroeiras da cidade, Tyche/Fo tuna, a antiga deusa grega do Destino (ou Sorte) e padroeira das cidades gregas e romanas. O atributo das deusas tutelares é a cornucópia da abundância, simbolizando fertilidade, riqueza e bem-estar. No entanto, em vez desse atributo, a jovem segura, sob o seu braço direito, uma serpente enrolada numa haste, que é um símbolo relacionado ao culto de divindades da saúde como Asclépio (o Esculápio romano) e a deusa latina Fortuna. Neste artigo, abordaremos as características desta estatueta, relacionando o seu possível problema de saúde com a simbologia da coroa mural e da serpente enrolada e o seu estatuto sociocultural e religioso.
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