Relações entre ancestralidade genômica, manifestações clínicas, status socioeconômico e cor da pele de pessoas com doença falciforme no Estado do Pará, Amazônia, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-7982_37_7

Palavras-chave:

Saúde da população negra, sintomas clínicos, SES, Amazônia, doença falciforme

Resumo

No Brasil, nascem cerca de 3500 crianças anualmente com Doença Falciforme (DF). No Estado do Pará, Amazônia, a prevalência é de 1%. Neste artigo, analisa-se a relação entre ancestralidade genômica (AG) de pacientes atendidos no Hemocentro Regional da capital, Belém, com sexo, idade, número de sintomas, renda, racismo e cor da pele. As amostras foram coletadas de 60 pacientes (11-46 anos, 34 mulheres) e cada uma foi analisada para 61 Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIM). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas para avaliar status socioeconômico (SES), cor autodeclarada, percepção de racismo e manifestações clínicas. Dos 55 participantes com amostras conclusivas de ADN, 58,2% tinham ADN maioritariamente europeu, 21,8% ameríndio e 20% africano. Do total dos 60 participantes, 86,6% se autoclassificaram como negros ou pardos, 61.92% viviam na pobreza e 72% já sofreram com racismo devido a DF e/ou sua cor de pele. Há correlação inversa entre salário e número de sintomas em todos os grupos. Ascendência europeia e sexo feminino se correlacionaram com maior número de sintomas. No Pará, a DF envolve vulnerabilidades como pobreza, manifestações clínicas sem tratamento e racismo. Os resultados da pesquisa podem ser úteis para gerar políticas públicas e melhorar a qualidade de vida de pessoas com DF no Brasil e em outros países com populações heterogêneas.

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Biografias Autor

Ariana Kelly Leandra Silva da Silva, Universidade Federal do Pará

Graduada em Ciências Sociais, Bacharel e Licenciada Plena, com Ênfase em Ciência Política, Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Sociologia e Educação Ambiental, Universidade do Estado do Pará (UEPA). Ex-Docente da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde/ETSUS-Pará/Método Paulo Freire (horista). Docente da Rede Pública de Ensino do Estado do Pará (SEDUC). Tutora do Curso de Aperfeiçoamento em Gênero e Diversidade na Escola (GDE/UFPA). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Hemopa (CEP/HEMOPA). Aperfeiçoada em Gênero e Diversidade na Escola (EAD/UFPA). Aperfeiçoada em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça (EAD/UFPA). Formadora do Curso de Relações Étnicorraciais "A Cor da Cultura" (MEC). Mestre em Antropologia, Área de Concentração em Bioantropologia (Antropologia Biológica), Programa de Pós-Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA: desenvolvendo pesquisa sobre o Cotidiano Biocultural de Pessoas com Doença Falciforme no Pará. Doutorado em Antropologia - Área de Concentração em Bioantropologia - Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA (2014-2018): realizando pesquisa sobre Identidade de Raça/Cor e Ancestralidade Genômica de Pessoas com Doença Falciforme no Estado do Pará. Doutorado Sanduíche na University of South Florida - USF - Tampa - Flórida - EUA - Antropologia/Bioantropologia Aplicada - Applied Biocutural Laboratories, no qual analisou Manifestaçoes Clínicas versus Ancestralidade Genética de Pessoas com Doença Falciforme no Estado do Pará (Programa Doutorado Sanduíche no Exterior - PDSE). Atualmente exerce as funções de Docente da SEDUC e Docente Substituta da Universidade do Estado do Pará - UEPA (Nível Superior).

Lorena Madrigal, University of South Florida

Co-autora: Lorena Madrigal. Departamento de Antropologia. Universidade do sul da Flórida.

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Publicado

2020-12-11