Fratura do processo coronoide da ulna: um caso raro identificado no sítio pré-histórico do Abrigo da Buraca da Moira (Boa Vista, Leiria)
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-7982_35_4Resumo
No ano de 2015, durante a intervenção arqueológica afeta ao projeto EcoPLis: Ocupação Humana Plistocénica nos Ecótonos do Rio Lis foram identificados vestígios osteológicos humanos desarticulados à superfície e nas camadas iniciais do complexo cársico do Abrigo da Buraca da Moira (Boa Vista, Leiria). A
recuperação de artefactos em quartzo e sílex, de uma placa de xisto, e de adornos em osso e concha sugerem como cronologia o Neolítico Final/Calcolítico. A análise paleobiológica preliminar dos fragmentos ósseos e peças dentárias recuperados (n=129) permitiu inferir que pertencerão a, pelo menos, seis indivíduos. De entre os elementos analisados macroscopicamente, destacou-se um segmento proximal de uma ulna direita pertencente a um indivíduo adulto. Este fragmento caracterizava-se pela ausência do processo coronóide, e pela presença de uma depressão óssea ovalada com contornos suaves, associada a uma ligeira exposição de osso trabecular. A localização, tipo de alteração e a presença de sinais de remodelação óssea são consistentes com uma lesão traumática incomum: a fratura do processo coronóide. No diagnóstico diferencial foram consideradas, e posteriormente excluídas, alterações de cariz tafonómico e problemas de desenvolvimento. Neste trabalho serão discutidos os mecanismos conducentes à lesão à luz da literatura clínica e paleopatológica.
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