Sífilis em Coimbra no início do século XX. A importância dos registos hospitalares para o estudo da doença
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_4Palavras-chave:
Paleopatologia, história da medicina, arquivos, Hospitais da Universidade de CoimbraResumo
A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível, crónica e com transmissão congénita que constituiu um sério problema de saúde pública na Europa. Em Portugal pouco se sabe sobre os números de indivíduos afetados, bem como sobre a caracterização da doença e dos doentes. Desta forma, os objetivos principais deste trabalho visam tentar entender e, se possível, colmatar estas falhas, apresentando-se os reais números da doença nos primeiros anos do século XX, bem como a caracterização demográfica e socioeconómica dos indivíduos afetados. Por outro lado, pretende-se proceder a uma caracterização da doença, nomeadamente do tipo de lesões mais frequentes e da sua localização no organismo. De entre os internamentos efetuados nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) entre 1904 e 1937, 5,9% foram diagnosticados com sífilis. A maioria dos doentes (89,3%) com a forma adquirida, a qual afetou sobretudo jovens adultos solteiros (20–39 anos), sem distinção entre sexos. A sífilis congénita foi detetada sobretudo em crianças (0–4 anos). A maioria dos internamentos por sífilis congénita (53,9%) ocorreu quando a doença se apresentava na sua forma terciária, o mesmo não sucedendo na forma adquirida da doença (29,5%). As formas de sífilis terciária mais frequentes foram as malignas, afetando 33,4% dos portadores da doença no seu estádio mais avançado.
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