Quilombolas, japoneses e o “macaco” Jupará em roças de quase tudo no Sul da Bahia, Brasil

Autores

  • Eduardo M. Guimarães Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-7982_36_9

Palavras-chave:

Quilombolas, cacau, migrantes japoneses

Resumo

Neste artigo, reflete-se sobre os sistemas de policultivo existentes no Baixo Sul da Bahia, tendo em vista a sua importância na sustentabilidade da agricultura e, sobretudo, na sua vinculação com processos identitários. Na região, a principal atividade econômica é a agricultura, desenvolvida em pequenas áreas denominadas roças, onde predominam cultivos extremamente diversificados. O objetivo principal do estudo é descrever este modelo agrícola — conhecido como “plantar misturado” — desenvolvido por indígenas, escravizados fugitivos de grandes plantações e seus descendentes na região denominada Empata Viagem (Baixo Sul da Bahia, Brasil). Nos marcos do processo de modernização da agricultura, concebido para superação do atraso do meio rural, uma verdadeira amnésia histórica torna invisíveis esses sistemas agrícolas. Nas pesquisas agronômicas, agricultores japoneses sintetizam o novo, o inesperado e, mesmo, o inusitado, pois embora tenham chegado à região em meados do século XX se destacam como “inventores” dos sistemas de policultivo. O epílogo da epopeia fica a cargo do Jupará, animal, supostamente, responsável pelo plantio das primeiras roças de cacau do Sul da Bahia.

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Publicado

2019-12-11