Platão como artista
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_12_6Palavras-chave:
Platão, arte mimética, diálogo-dialética, dramaturgia, comédiaResumo
Tendo em vista a postura crítica de Platão relativa-mente à arte “mimética”, pode causar surpresa que quase todos os diálogos dele se apresentem, não obstante a riqueza e a variedade do seu conteúdo doutrinal, também como criações literárias de caráter eminentemente artístico, ou seja, como produtos poeticamente bem organizados, e, enquanto tais, pertencentes exatamente àquela arte “mimética” que ele, Platão, considera tão nociva e perigosa que até recomenda proibir e bani-la da cidade. O que pode explicar essa aparente contradição é o fato de a crítica platônica visar não simplesmente qualquer forma de produção artística, mas, em primeiro lugar, o ofício duvidoso daquele tipo de artista que, por não ter acesso à esfera da verdade, trabalha como ilusionista e criador de meros fantasmas e, praticando esta “arte”, pretende fazer se passar por sábio e educador competente do povo. Para quem conseguiu, no entanto, diferentemente de tal “imitador de sombras”, deixar para trás o mundo da ilusão e encontrar, ou, como o filósofo, construir o caminho para o verdadeiro saber, a arte mimética representa um recurso absolutamente legítimo, já que ela, neste caso, não se realiza mais em forma de uma “imitação” enganadora de determinados objetos, mas como reprodução dos mesmos de forma mais “correta” e mais fiel possível, constituindo, assim, um importante recurso para preparar e familiarizar o leitor com um modo particular de pensamento filosófico, o que significa em Platão: demonstrar que, para ele, um dos motivos mais importantes consistiu em mostrar que Filosofianão se reduz ao mero conhecimento de certas doutrinas filosóficas, mas significa, em primeiro lugar, aprender filosofar.
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Referências
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