Chamada de artigos para o número 9 da Mediapolis

2018-11-27

Tema Pactos Globais da Ética do Jornalismo e da Comunicação

 

Entre os que defendem a necessidade de se proceder a ajustamentos éticos e deontológicos para o jornalismo e os que consideram que, mais do que ajustamentos, são necessárias mudanças profundas, parece existir um consenso de que o novo ecossistema mediático, em grande parte determinado pelas novas tecnologias, exige um novo pacto normativo entre jornalistas, os media, os públicos, a sociedade civil e a democracia.

As mudanças em curso parecem indicar que o jornalismo enfrenta hoje o desafio de uma nova refundação, a exemplo do que aconteceu na transição do século XIX para o século XX. O jornalismo profissional soube, então, criar um modelo de negócio para as empresas, pensar formas de organização profissional, criar novas linguagens e novas narrativas, fundar e renovar um pacto social com os públicos e a sociedade.

O desafio que o mundo contemporâneo parece exigir é de monta, mas não parece muito diferente daquilo que já foi pedido no passado. Esse desafio é uma exigência de responsabilidade do jornalismo contemporâneo para com a sua história, para com o seu presente e para com o futuro.

As mudanças introduzidas pelas tecnologias da informação e da comunicação, a história de mais de 150 anos de profissionalização do jornalismo, a consciência de um mundo à escala de uma aldeia ou de uma Pólis global são alguns fatores que apelam à reflexão sobre a necessidade de renovação do pacto normativo do jornalismo, ou, para recuperar as palavras desafiante do teólogo brasileiro Leonardo Boff, sobre uma nova ética a partir de uma nova ótica.

Esse debate tem vindo a intensificar-se na última década do século XX, nomeadamente a partir dos meios universitários, mas enfrenta a necessidade de se estender ao jornalismo, aos mediae à sociedade civil, respondendo a uma necessidade das sociedades contemporâneas, menos hierarquizadas, mais participativas e cada vez mais conscientes e sensíveis à sua diversidade e pluralidade.

O convite à apresentação de artigos para a Mediapolis (n.º 9) visa levar mais além estas linhas da reflexão, iniciadas já no V Congresso Internacional de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, acerca dos Pactos Globais pela Qualidade da Informação, onde se refletiu sobre estas problemáticas a partir da realidade do mundo em língua portuguesa. Agora, pretende-se abrir e aprofundar esse debate, seguindo os seus principais tópicos que a seguir se descrevem.

 

  1. Novos pactos normativos para um jornalismo em transformação.
  1. Que funções sociais para o jornalismo do futuro?
  2. Uma nova ética para um novo jornalismo?
  3. Transformações, riscos e desafios da profissão do jornalismo.
  4. As transformações da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa na era da esfera pública digital.

 

  1. Profissão, modelos de organização, formação, experiências e reptos da governance do jornalismo.
  2. Novos modelos e novas experiências da autorregulação e da accountability.
  3. História e transformações da deontologia do jornalismo.
  4. Novas tendências das políticas de regulação do jornalismo e dos Media.
  5. Transformações socioprofissionais do jornalismo e da comunicação.

 

  1. A qualidade da informação na Cosmopolis global
  2. Fake News: estratégias para combater os fenómenos de propaganda e manipulação da informação.
  3. A informação e o jornalismo como formas de empoderamento e desenvolvimento social.
  4. Modelos e experiências de literacia para os medi ano espaço lusófono.

 

CALENDÁRIO

Receção de artigos

31 de janeiro de 2019

Avaliação dos artigos

De 31 de janeiro a 15 de março de 2019

Comunicação dos resultados

 De 16 a 30 de março de 2019

Publicação

 Outubro de 2019