A decomposição cadavérica e as dificuldades de gestão dos espaços funerários

Autores

  • Maria Teresa Ferreira CENCIFOR
  • Eugénia Cunha CENCIFOR / Departamento de Ciências da Vida da UC

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-7982_31_4

Palavras-chave:

Antropologia forense, gestão de cemitérios, decomposição cadavérica, intervalo pós-morte (PMI)

Resumo

Compreender a decomposição cadavérica é fundamental na prática forense, nomeadamente para a estimativa do intervalo pós-morte (PMI1), sendo também relevante na gestão funerária, tarefa cada vez mais difícil devido à sobrelotação dos cemitérios dos grandes centros populacionais. Aplicando os princípios da Tafonomia a uma amostra de 35 inumações (18 indivíduos do sexo masculino e 17 do feminino, todos adultos; PMI entre 3 e 83 anos) de dois cemitérios municipais da Figueira da Foz, analisaram-se os seguintes parâmetros: decomposição cadavérica, preservação esquelética, PMI, tipo e composição da sepultura, idade e sexo do indivíduo. Este estudo mostrou que houve variações no desenrolar do processo de decomposição dos cadáveres analisados, dos quais 14 sofreram fenómenos de preservação (2 mumificaram e 10 saponificaram). A decomposição depende do PMI, mas esta relação é variável e não linear, tornando impossível prever o estado de decomposição do cadáver apenas com base no PMI de forma a programar devidamente as exumações/trasladações necessárias à gestão dos espaços funerários. Tornou-se evidente que o prazo legal de 3 anos é insuficiente para a rotação das sepulturas. Observou-se também que o tipo de sepultura, o vestuário e a presença de fralda tiveram influência na decomposição dos cadáveres.

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Biografia Autor

Maria Teresa Ferreira, CENCIFOR

Doutoramento em Antropologia Forense pela UC

Mestrado em Evolução Humana pela FCTUC

Curso Superior de Medicina Legal pelo INMLCF.IP.

Licenciatura em Antropologia pela FCTUC

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Publicado

2016-05-04

Edição

Secção

Artigos temáticos