Hábitos alimentares de universitários da Amazônia Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-7982_31_5Palavras-chave:
Universitários, hábitos alimentares, saúde pública, Amazônia, pesquisa qualitativaResumo
Objetivo: Descrever e analisar os hábitos alimentares de uma amostra de estudantes de ambos os sexos e diferentes faixas etárias da Universidade Federal do Pará (UFPA), campus de Belém, Amazônia, Brasil.
Introdução: Os hábitos alimentares são construídos durante a infância e adolescência e, com o ingresso na universidade, fatores como ambiente social e conveniência passam a condicionar fortemente estes hábitos. Em geral, estudos no Brasil demonstram inadequação do consumo alimentar de macro e micronutrientes entre universitários, podendo acarretar prejuízos futuros na saúde destes indivíduos. No entanto, não há estudos sobre os hábitos alimentares de estudantes universitários na Amazônia. Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal, qualitativo, em que 22 estudantes de graduação da UFPA, com idades entre 18 e 27 anos, selecionados aleatoriamente no campus, responderam a um questionário semiestruturado sobre frequência e comportamento alimentar. A amostragem foi encerrada usando a técnica de saturação e a interpretação das informações seguiu a técnica de análise de conteúdo. Resultados: A maioria dos universitários realiza suas refeições em número e intervalo de tempo adequado, correspondendo a parcelas de 54,5% e 59,0% da amostra, respectivamente. No entanto, destaca-se também o elevado consumo de alimentos com alto teor calórico; 81,8% dos jovens entrevistados ingeriam diariamente alimentos per tencentes ao grupo das gorduras, óleos e açúcares. Os estudantes também apresentaram baixo consumo de nutrientes essenciais ao organismo, representados pelos grupos das hortaliças/verduras e das frutas. Apenas 50,0% e 31,1% dos jovens, respectivamente, incorporavam estes alimentos na sua dieta habitual. Outro achado importante é que a maioria dos estudantes (59,1%) não se preocupa com o valor nutricional dos alimentos na hora de
fazer as refeições.
Conclusão: Um melhor conhecimento sobre o comportamento alimentar dos universitários é necessário para o planejamento de políticas públicas de prevenção das doenças crônicas. O trabalho integrado de nutricionistas e bioantropólogos na área de saúde coletiva pode ser fundamental para a compreensão e a promoção de mudanças nos padrões alimentares entre os jovens universitários.
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