Da ignorância ao conhecimen-to: uma leitura foucaultiana de Édipo-Rei

Autores

  • Fabiano Incerti Pontifícia Universidade Católica do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984%20-249X_23_4

Palavras-chave:

Saber, Édipo-Rei, Michel Foucault, Tragédia Grega

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar de que forma a problemática do saber se desenvolve nas leituras foucaultianas da tragédia Édipo-Rei. Entre a descoberta de si mesmo e a revelação da verdade que liberta Tebas, opera-se em Édipo a passagem da ignorância ao conhecimento, que demarca, por toda peça, um complexo jogo de saberes: saber de escuta e saber da visão; saber longínquo e saber da presença; saber dos reis e saber do fundo das cabanas dos escravos; saber da predição e saber do testemunho; saber que se retira voluntariamente do enigma e saber que se esconde sob o medo e que somente a ameaça consegue extrair. Para Foucault, Édipo é detentor de um conhecimento em excesso que determina seu caráter, seu modo de ação e seu destino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BOLLACK, J. (1995). La naissance d’oedipe. Traduction et commentaires d’oedipe roi. Paris, Éditions Gallimard.

DODDS, E. R. (1966). On Misunderstanding the ‘Oedipus Rex’. Greece & Rome, Second Series, Vol. 13, No. 1. p. 37-49. Cambridge University Press on behalf of The Classical Association. URL= . Acessado em: 01 de agosto de 2016.

EARLE, M. L. (1901). The Oedipus Tyrannus. New York, American Book Company.

DÉTIENNE, M.; VERNANT, J. P. (2008). Métis: as astúcias da inteligência. São Paulo, Odisseus Editora.

FOUCAULT, M. (2002). A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro, Nau Editora.

FOUCAULT, M. (2008). Le Gouvernement de soi et des autres. Cours au Collège deFrance. 1982- 1983. Paris, Gallimard, Seuil.

FOUCAULT, M. (2011). Leçons sur La Volonté de Savoir. Cours au Collège de France. 1970-1971. Paris, Gallimard, Seuil.

FOUCAULT, M. (2012a). Du Gouvernement des vivants. Cours au Collège de France. 1979-1980. Paris, Gallimard, Seuil.

FOUCAULT, M. (2012b). Mal faire, dire vrai. Fonction de l’aveu en justice. Louvain, Belgique, Presses Universitaires de Louvain.

KNOX, B. (2002). Édipo em Tebas. São Paulo, Perspectiva.

KURY, M. G. (1989) Sófocles. A trilogia Tebana. Édipo-Rei, Édipo em Colono, Antígona. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

MAZON, P. (1962) Sophocle. Tragédies. Paris, Les Belles Lettres.

MAZON, P. (2007) Sophocle. Tragédies. (Ed. Bilingue Français-Grecancien) Paris, Les Belles Lettres.

REINHARDT, K. (2007). Sófocles. Brasília, Editora Universidade de Brasília.

SCHÜLER, D. (2004) Sófocles. Édipo-Rei. Rio de Janeiro, Lamparina.

SEGAL, C. (1999). Tragedy and civilization. An Interpretation of Sophocles. Norman, University of Oklahoma Press.

SEGAL, C. (2001). Oedipus Tyrannus: tragic heroism and the limits of knowledge. New York, Oxford University Press.

VALENTE, A.M (2008). Aristóteles. Poética (tradução e notas). Lisboa, Calouste Gulbenkian.

VERNANT, J. P.; VIDAL-NAQUET, P. (1999). Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo, Perspectiva.

VIEIRA, T. (2012) Sófocles. Édipo-Rei de Sófocles. (Edição bilíngue Grego-Português). São Paulo, Perspectiva.

Downloads

Publicado

2022-11-29

Como Citar

Incerti, F. (2022). Da ignorância ao conhecimen-to: uma leitura foucaultiana de Édipo-Rei. Revista Archai, (23), 109-133. https://doi.org/10.14195/1984 -249X_23_4