Património Moderno: a conservação e a reutilização como um recurso sustentável

Authors

  • Ana Tostões Born in Lisbon where she lives. She is an architect (ESBAL, 1982), architecture historian (UNL, 1994) and chair of DOCOMOMO International. She is full professor at the Civil Engineering and Architecture Department of the Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, where she is in charge of the architectural history and theory disciplines. She has been coordinating the master’s degree in architecture (2007-2009) .

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8681_6_12

Keywords:

Património Moderno, conservação, reutilização, Modern Heritage, Conservation, Re-use

Abstract

A problemática da intervenção no património moderno não coloca questões estruturalmente diferentes das relativas ao património histórico, na medida em que quando nos referimos a matéria patrimonial falamos de um discurso universal com especificidades tipológicas, linguísticas e construtivas próprias de cada época (Costa, 1996, p.197). São as características próprias do património moderno, conceptuais, formais e programáticas, que tornam necessário o estabelecimento de critérios e medidas de intervenção específicas. A tomada de consciência da arquitectura do Movimento Moderno como património é recente, mas nem por isso o debate sobre a sua valorização e conservação é menor.

A reflexão sobre a conservação do património arquitectónico do Movimento Moderno promove a oportunidade de reutilizar edifícios que perderam a sua função original, que podem ser material ou tecnicamente obsoletos e que já não cumprem as normas, em permanente actualização (Reichlin, 2011). A reutilização do património moderno corrente parte assim da hipótese que tanto a deterioração como as alterações nos edifícios contêm em si uma necessidade de adaptação aos uso actuais. No entanto, as normativas vigentes relativas à segurança, desempenho energético e conforto ambiental colocam as acções de reuso a par dos requisitos necessários à construção de obra nova, pondo em causa muitas vezes uma recuperação qualificada. Assim, um dos objectivos da recuperação terá de passar pelo encontro de um léxico específico, que considere o carácter do edificado a par com as mutações necessárias à vivência do espaço.

Acredito que o projecto de reutilização começa a fazer história e defendo a ideia de que o património se transforma connosco (Reichlin, 2011), portanto, além dos monumentos reconhecidos, os edifícios correntes podem ser um recurso que pede a nossa atenção em termos de qualidade, economia e sustentabilidade (Graf, 2012), representando a maior parte do parque construído. Entendo que a redescoberta do Movimento Moderno, após a reacção pós-moderna, tem vindo a demonstrar a sua legitimidade a longo prazo, como um conceito dotado de uma duradoura longevidade.

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Published

2015-12-25

Issue

Section

Articles Joelho 6 PHI