Bens Comuns: Uma Análise Linguística e Terminológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-8830_3-1_6

Palavras-chave:

bens comuns intelectuais, commons, linguagem, tradução.

Resumo

A ampliação das práticas de compartilhamento de artefatos culturais possibilitada pela digitalização e pelas redes tem levado pesquisadores a aplicar a noção de commons (ou “bens comuns”) ao domínio dos bens intelectuais — em casos como o software livre, a Wikipédia e a publicação científica em acesso aberto, por exemplo. Este artigo aborda questões linguísticas e terminológicas que envolvem esse conceito e suas traduções (em particular para o português): analisa algumas confusões frequentes em relação ao conceito, como a mistura das acepções jurídicas, econômicas e teológicas da expressão “bem comum”; apresenta diversas expressões usadas para nomeá-lo em outras línguas; e discute os méritos e desvantagens de algumas das opções existentes em português — principalmente da opção “bens comuns”.

 

DOI: http://dx.doi.org/10.14195/2182-8830_3-1_6

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Miguel Said Vieira, Universidade de São Paulo

Doutor em Educação na Universidade de São Paulo (onde também se graduou em Comunicação / Editoração e em Filosofia), e especialista em Gestão da Propriedade Intelectual (pelo convênio SAPI / OCPI / Universidad Bolivariana de Venezuela). Seus interesses de pesquisa concentram-se nas relações entre cultura, tecnologia, colaboração, mercantilização e propriedade intelectual. Sua tese de doutorado, intitulada Os bens comuns intelectuais e a mercantilização, propôs uma leitura crítica do legado de Elinor Ostrom (laureada em 2009 com o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel) nas teorias de bens comuns intelectuais, e investigou as possibilidades de mercantilização subjacentes a novos modelos de negócio baseados no compartilhamento de bens culturais, em áreas como o software livre, a publicação científica em acesso aberto, o crowdfunding e a publicidade online. Milita nas áreas de cultura livre e democratização da ciência, e atua profissionalmente como editor. Suas publicações estão disponíveis em <http://impropriedades.wordpress.com>; mantém um microblog em <http://twitter.com/miguelsvieira>.

Referências

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de, e Roberto Martins de Souza, eds. (2009). Terras de Faxinais. Manaus: Universidade do Estado do Amazo-nas. Tradição & Ordenamento Jurídico 4. http://acervo.novacartografiasocial.com.br/738738/18 .

BENKLER, Yochai (2006). The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. New Haven [Conn.]: Yale University Press. http://www.benkler.org/Benkler_Wealth_Of_Networks.pdf

BLOCH, Marc Léopold Benjamin (2008). Les Caractères Originaux de L’histoire Rurale Française. Saguenay: UQAC. http://classiques.uqac.ca/classiques/bloch_marc/histoire_rurale_fr_t1/histoire_rurale_fr_t1.html

BRAND, Ulrich (2008). “La Convergencia de Movimientos: Los Bienes Comunes En Tanto Que Cosmovisión Crítica Emancipatoria Y En Tanto Que Perspectiva Estratégica.” Genes, Bytes Y Emisiones: Bienes Comunes Y Ciudadanía. Ed. Silke Helfrich. Ediciones Böll. 302–10. http://www.boell-latinoamerica.org/downloads/Bienes_Comunes_total_EdiBoell.pdf

CAMPOS, Augusto (2009). “Morre Imre Simon.” BR-Linux.org. 14 de agosto. http://br-linux.org/wparchive/2009/morre-imre-simon.php

DE SOTO, Pablo (2014). “De Istambul a Rio de Janeiro, as Lutas Pelo Comum Nas Cidades Rebeldes.” Amanhã Vai Ser Maior: O Levante Da Multidão No Ano Que Não Terminou. São Paulo: Annablume. 143-158. https://www.academia.edu/5778287/De_Istambul_a_Rio_de_Janeiro_as_lutas_pelo_comum_nas_cidades_rebeldes

HELFRICH, Silke (2008). “Commons: Ámbitos O Bienes Comunes, Procomún O ‘Lo Nuestro’; Las Complejidades de La Traducción de Un Concepto.” Genes, Bytes Y Emisiones: Bienes Comunes Y Ciudadanía. Ed. Silke Helfrich. Ediciones Böll. 42–48. http://www.boell-latinoamerica.org/downloads/Bienes_Comunes_total_EdiBoell.pdf

HELFRICH, Silke (2010). “Bens Comuns: O Novo Conto do Século XXI.” http://www.grap.org.br/2010/01/10/bens-comuns-o-novo-conto-do-seculo-xxi/

HESS, Charlotte, e Elinor Ostrom (2003). “Ideas, Artifacts, and Facilities: Information as a Common-Pool Resource.” Law and Contemporary Prob-lems 66: 111. http://scholarship.law.duke.edu/lcp/vol66/iss1/5/

HESS, Charlotte, e Elinor Ostrom eds (2007). Understanding Knowledge as a Commons: From Theory to Practice. Cambridge, Mass: MIT Press.

IDC (2014). “Android and iOS Continue to Dominate the Worldwide Smartphone Market with Android Shipments Just Shy of 800 Million in 2013, According to IDC.” 12 de fevereiro. http://www.reuters.com/article/2014/02/12/ma-idc-idUSnBw125399a+100+BSW20140212

LAFUENTE, Antonio (2007). El Carnaval de La Tecnociencia. Madrid: Gadir.

LINEBAUGH, Peter (2008). The Magna Carta Manifesto: Liberties and Commons for All. Berkeley: University of California Press.

LIPIETZ, Alain (2010). “Questions Sur Les ‘Biens Communs’ [Intervention Au Débat de La Fondation Heinrich Böll, FSM de Belém].” http://lipietz.net/spip.php?article2344

META CONTRIBUTORS (2014). “List of Wikipedias.” 20 de julho. http://meta.wikimedia.org/wiki/List_of_Wikipedias

NETCRAFT (2014). “June 2014 Web Server Survey.” 6 de junho. http://news.netcraft.com/archives/2014/06/06/june-2014-web-server-survey.html

OSTROM, Elinor (1990). Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Action. Cambridge: Cambridge University Press. The Political Economy of Institutions and Decisions.

OSTROM, Vincent, e Elinor Ostrom (1977). “Public Goods and Public Choices.” Alternatives for Delivering Public Services: Toward Improved Perfor-mance. Ed. E. S. Savas. Boulder, CO: Westview Press. http://johannes.lecture.ub.ac.id/files/2012/02/Public-Goods-and-Public-Choices.pdf

PHIPPS, Simon (2010). “The Case for ‘rossio.’” Wild Webmink. 25 de novembro. http://webmink.com/2010/11/25/the-case-for-rossio/

PILATI, José Isaac (2009). “Conceito e Classificação da Propriedade na Pós-modernidade: A Era das Propriedades Especiais.” Seqüência: Estudos Jurí-dicos e Políticos 30.59: 89–119. http://dx.doi.org/10.5007/2177-7055.2009v30n59p89

ROSE, C. M. (2003). “Romans, Roads, and Romantic Creators: Traditions of Public Property in the Information Age.” Law and Contemporary Problems 66.1-2: 89–111. http://scholarship.law.duke.edu/lcp/vol66/iss1/4/

SAVOIRSCOM1 (2013). “(Biens) Communs : Contours et Repères.” Savoi-rsCom1. 6 de maio. http://www.savoirscom1.info/2013/05/bien-communs-contours-et-reperes/

SIMON, Imre, e Miguel Said Vieira (2008). “O Rossio Não-Rival.” Além Das Redes de Colaboração. Salvador: EDUFBA. 15-30. http://books.scielo.org/id/22qtc

TAVARES, Luis Almeida (2008). “Campesinato e os faxinais do Paraná: as terras de uso comum.” Tese de doutorado. Universidade de São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04052009-164145/

VIEIRA, Miguel Said (2009). “Relato Do Encontro ‘O Futuro Dos Bens Comuns.’”. http://ssrn.com/abstract=2574934

VIEIRA, Miguel Said (2014). “Os Bens Comuns Intelectuais e a Mercantilização.” Tese de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01102014-104738/

WIKIPEDIA CONTRIBUTORS (2014). “Encyclopædia Britannica.” Wikipedia. 24 de julho. http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Encyclop%C3%A6dia_Britannica&oldid=618308251

##submission.downloads##

Publicado

2015-10-28

Como Citar

Vieira, Miguel Said. 2015. «Bens Comuns: Uma Análise Linguística E Terminológica». Matlit: Materialidades Da Literatura 3 (1):99-110. https://doi.org/10.14195/2182-8830_3-1_6.

Edição

Secção

Secção Temática | Thematic Section