A Linguagem Não Tem Termos Positivos

Autores

  • David Prescott-Steed

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-8830_5-1_20

Palavras-chave:

poesia sonora, mistura áudio, narrativa sonora

Resumo

Esta composição de arte sonora é uma reflexão sobre a arbitrariedade dos signos linguísticos e sobre a ideia de que a linguagem não tem termos positivos: "os signos não têm direito a significar algo em particular e não qualquer outra coisa" (Bignell: 9). Tendo sido pai pela primeira vez, a interacção que tenho com a minha filha de 4 anos prende-se bastante com a minha responsabilidade em facilitar a exploração do mundo sensorial à sua volta. Isto inclui apoiar a sua formalização da expressão linguística e capacidade de cálculo através da construção e evocação de histórias, identificação de números, e consciência de padrões/ritmos. Estas actividades de aprendizagem baseadas na linguagem contribuem para o desenvolvimento da primeira infância ao estimular a consciência social da criança, e a sua confiança e resiliência. Assim, existe uma tensão entre o poder da linguagem como uma ferramenta vital de navegação e a instabilidade inexpugnável do sentido.

Enquanto resposta criativa, esta composição apresenta excertos de gravações áudio das nossa conversas. Os fragmentos dos nossos enunciados, como zumbido sintético que  regressa e assombra, alternam entre a audibilidade e a inaudibilidade, o sentido e o não-sentido. De cada vez que é usada, a tecnologia áudio digital transporta a nossa ausência para o presente; transformamo-nos em texturas acusmáticas no interior do corpo do ouvinte que "não pode ouvir para o outro lado tal como se olha para o outro lado" (Connor: 133), oscilando os pequenos ossos no ouvido médio e enviando sinais eléctricos para o cérebro. Através deste tratamento da linguagem, podemos ficar despojados do sentido mas não do significado positivo das nossas interações.

 

BIGNELL, Jonathan (2002). Media Semiotics: An Introduction. Manchester: Manchester University Press.
CONNOR, Steven (2011). “Ears Have Walls: On Hearing Art.” Sound: Documents of Contemporary Art. Ed. Caleb Kelly. Cambridge, MA: The MIT Press. 129-39.

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Biografia Autor

David Prescott-Steed

David Prescott-Steed is a writer, sound artist, and urban explorer living in Melbourne, Australia. He works as an Academic Fellow at the Academy of Design teaching art history and theory. As well as contributing to the Kinokophonography project, David has participated in sound art events and new music festivals in Northern Ireland, Finland, Poland, England, The Netherlands, USA, and Australia. His audio work has been released internationally and was included in the Melbourne Now exhibition at the National Gallery of Victoria. Recent academic publications include: Intersections of Creative Praxis and Urban Exploration, (multi-model exposition, 2015) in The Journal for Artistic Research, Issue 9, Switzerland; Invitation to Reading: Tactical Music in the Design-Arts Theory Classroom, (2015) in The Atrium: A Journal of Academic Voices, “Fall issue,”Chicago, US; and David Bowie Metadata: A Chance Encounter with Online Mourning, (multi-modal exposition, 2016) in Textshop Experiments, Issue 1: “Textshop (T)issues,”Maryland, US.

Referências

BIGNELL, Jonathan (2002). Media Semiotics: An Introduction. Manchester: Manchester University Press.

CONNOR, Steven (2011). “Ears Have Walls: On Hearing Art.” Sound: Documents of Contemporary Art. Ed. Caleb Kelly. Cambridge, MA: The MIT Press. 129-39.

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Publicado

2017-12-27

Como Citar

Prescott-Steed, David. 2017. «A Linguagem Não Tem Termos Positivos». Matlit: Materialidades Da Literatura 5 (1):93-94. https://doi.org/10.14195/2182-8830_5-1_20.

Edição

Secção

Mediarama | Mediascape