Os jornalistas nas ‘Cenas da Vida Portuguesa’ de Eça de Queirós
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-6019_13_1Palavras-chave:
jornalistas, imprensa oitocentista, Eça de Queirós, personagens, figuração, RealismoResumo
Este artigo pretendeu compreender como a literatura portuguesa da segunda metade do século XIX representou ficcionalmente os homens da ‘imprensa’. Tendo como referência estudos de história cultural e de história do jornalismo, em particular, o cotejo dessas representações ficcionais trouxe à superfície algumas tensões socioculturais que estiveram na génese da construção identitária dos jornalistas e na cisão do campo da imprensa que foi determinante para a autonomia da profissão. A análise de personagens, figurantes e espaços de quatro romances de Eça de Queirós – O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878), Os Maias (1888) e A Capital (1925) – permitiu concluir i) que a presença destas personagens nos romances de Eça testemunha a importância que a profissão de jornalista assumia no xadrez sociocultural urbano da segunda metade do século XIX; ii) que, sujeitas a uma figuração caricatural, estas figuras são reveladoras da desconfiança e desprezo que esta nova classe profissional merecia por parte da elite culta que até meados do século dominava o mundo da imprensa.
Downloads
##submission.downloads##
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2021 Mediapolis – Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.