O que é Compaixão?

Um estudo multicultural sobre as associações semânticas e experiências subjetivas de compaixão

Autores

  • Marcela Matos University of Coimbra, Center for Research in Neuropsychology and Cognitive Behavioral Intervention (CINEICC), Coimbra, Portugal
  • Paul Gilbert Centre for Compassion Research and Training, College of Health and Social Care Research Centre, University of Derby, Derby, United Kingdom
  • Elsa Gonçalves University of Coimbra, Center for Research in Neuropsychology and Cognitive Behavioral Intervention (CINEICC), Coimbra, Portugal
  • Inês Melo University of Coimbra, Center for Research in Neuropsychology and Cognitive Behavioral Intervention (CINEICC), Coimbra, Portugal
  • Tahlia Baumann Compassionate Mind Research Group, School of Psychology, University of Queensland, Brisbane, Queensland, Australia
  • Rebecca Xin Qi Yiu Compassionate Mind Research Group, School of Psychology, University of Queensland, Brisbane, Queensland, Australia
  • Stanley R. Steindl Compassionate Mind Research Group, School of Psychology, University of Queensland, Brisbane, Queensland, Australia

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_1

Palavras-chave:

Compaixão, Auto-compaixão, Terapia Focada na Compaixão, Associação semântica, Experiências subjetivas, Dados qualitativos

Resumo

Estudos empíricos têm documentado os benefícios da compaixão para a saúde mental, bem-estar psicossocial e fisiológico. No entanto, as definições de compaixão variam entre abordagens teóricas, investigadores, clínicos e leigos. O significado e a natureza da compaixão podem ser mal compreendidos e ligados a medos, bloqueios e resistências à compaixão. O presente artigo define a compaixão a partir da perspetiva da terapia focada na compaixão (TFC) e distingue-a de outros conceitos comumente associados, usando uma abordagem metodológica qualitativa. A compreensão dos participantes sobre o que é a compaixão foi explorada através da seleção das palavras que eles associavam com compaixão e auto-compaixão, e das suas descrições de experiências passadas de dar e receber compaixão, com diferenças culturais sendo também examinadas. Uma amostra de 584 participantes adultos foi recrutada da comunidade geral na Austrália (n = 296), Portugal (n = 183) e Singapura (n = 105), e completou um questionário de auto-resposta que avaliava o significado e as experiências subjetivas de compaixão. Empatia, Bondade e Compreensão foram as três palavras que os participantes mais frequentemente associaram a ‘Compaixão’. As três palavras mais frequentemente selecionadas pelos participantes associadas à ‘Auto-compaixão’ foram Aceitação, Força e Compreensão. Várias diferenças culturais entre os países foram identificadas e discutidas. As descobertas também esclareceram as experiências dos participantes de compaixão pelos outros, receber compaixão de outros e auto-compaixão, identificaram semelhanças e diferenças entre países e revelaram que uma proporção significativa de pessoas não conseguiu lembrar/descrever experiências de compaixão. Os resultados são discutidos à luz da abordagem de TFC e são derivadas implicações clínicas para psicoterapeutas de TFC.

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Publicado

2021-12-28

Como Citar

Matos, M., Gilbert, P., Gonçalves, E., Melo, I., Baumann, T., Xin Qi Yiu, R., & R. Steindl, S. (2021). O que é Compaixão? Um estudo multicultural sobre as associações semânticas e experiências subjetivas de compaixão. Psychologica, 64(2), 11-50. https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_1

Edição

Secção

Artigos