O que é Compaixão?
Um estudo multicultural sobre as associações semânticas e experiências subjetivas de compaixão
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-8606_64-2_1Palavras-chave:
Compaixão, Auto-compaixão, Terapia Focada na Compaixão, Associação semântica, Experiências subjetivas, Dados qualitativosResumo
Estudos empíricos têm documentado os benefícios da compaixão para a saúde mental, bem-estar psicossocial e fisiológico. No entanto, as definições de compaixão variam entre abordagens teóricas, investigadores, clínicos e leigos. O significado e a natureza da compaixão podem ser mal compreendidos e ligados a medos, bloqueios e resistências à compaixão. O presente artigo define a compaixão a partir da perspetiva da terapia focada na compaixão (TFC) e distingue-a de outros conceitos comumente associados, usando uma abordagem metodológica qualitativa. A compreensão dos participantes sobre o que é a compaixão foi explorada através da seleção das palavras que eles associavam com compaixão e auto-compaixão, e das suas descrições de experiências passadas de dar e receber compaixão, com diferenças culturais sendo também examinadas. Uma amostra de 584 participantes adultos foi recrutada da comunidade geral na Austrália (n = 296), Portugal (n = 183) e Singapura (n = 105), e completou um questionário de auto-resposta que avaliava o significado e as experiências subjetivas de compaixão. Empatia, Bondade e Compreensão foram as três palavras que os participantes mais frequentemente associaram a ‘Compaixão’. As três palavras mais frequentemente selecionadas pelos participantes associadas à ‘Auto-compaixão’ foram Aceitação, Força e Compreensão. Várias diferenças culturais entre os países foram identificadas e discutidas. As descobertas também esclareceram as experiências dos participantes de compaixão pelos outros, receber compaixão de outros e auto-compaixão, identificaram semelhanças e diferenças entre países e revelaram que uma proporção significativa de pessoas não conseguiu lembrar/descrever experiências de compaixão. Os resultados são discutidos à luz da abordagem de TFC e são derivadas implicações clínicas para psicoterapeutas de TFC.
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