Refugiados em Portugal: fronteira e vigilância no tempo da Guerra Civil de Espanha (1936‑1939)

Autores

  • Fábio Alexandre Faria Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE‑IUL), Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES‑IUL)

DOI:

https://doi.org/10.14195/0870-4147_48_3

Palavras-chave:

Refugiados, Guerra Civil de Espanha, Estado Novo, Espanhóis

Resumo

Em contexto de ditadura, instituída oficialmente em 1933, regime autoritário e receoso do contacto com o exterior, o poder viu-se confrontado com a entrada massiva de refugiados, consequência da Guerra Civil de Espanha (1936-1939) e da II Guerra Mundial (1939-1945). Com o início da Guerra Civil em Espanha, a 18 de julho de 1936, milhares de espanhóis, civis e militares, republicanos e franquistas, tentaram abandonar o país receando os perigos decorrentes do conflito. Portugal, pela sua proximidade geográfica, foi um país especialmente procurado pelos foragidos espanhóis como lugar de refúgio. Dada a na tur e z a do r egime , foi prioridade controlar e vigiar a entrada destes estrangeiros no país. Com esse objetivo, os postos fronteiriços de vigilância foram reforçados, especialmente nos primeiros meses do conflito espanhol, e estreitou-se a colaboração entre as diversas forças policiais portuguesas. Não obstante estas medidas, muitos espanhóis passaram a fronteira portuguesa clandestinamente e refugiaram-se no país, contando com o auxílio de portugueses e de outros espanhóis residentes em Portugal. Explora-se, neste artigo, a presença destes refugiados em Portugal e dá-se particular destaque à vigilância das fronteiras e às operações policiais desenvolvidas na região norte do país nos primeiros meses da Guerra Civil de Espanha, no sentido de controlar este fluxo.

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Publicado

2018-04-02

Edição

Secção

Artigos