Os incêndios florestais de 2017 e os mecanismos de regulação na governação do risco em Portugal

Autores

  • Manuel Ribeiro CERU - Centro Europeu de Riscos Urbanos e ISEC - Instituto Superior de Educação e Ciência, Lisboa http://orcid.org/0000-0002-0639-0121

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_26-2_10

Palavras-chave:

Incêndios florestais, governação do risco, padrões políticos, cidadania, proteção civil

Resumo

O conhecimento e análise das dinâmicas operativas dos processos de governação do risco são condições explicativas fundamentais para o entendimento das opções e orientações que os Estados adotam na prossecução das suas estratégias de segurança. Tendo por base estes pressupostos, discutir-se-ão neste artigo as implicações respeitantes à gestão dos incêndios florestais que, apresentando leituras distintas, e até interpretações diferenciadas nas perceções e representações sociais, assumem cada vez mais uma importância fundamental no quadro global da segurança em proteção civil. Selecionam-se, para o efeito, duas importantes dimensões, caraterizadoras das tipologias teórico-analíticas dos modelos de governação do risco: padrões políticos e cidadania. Assim, apresentar-se-ão, nas suas componentes sociais, as causalidades e as consequências, práticas e simbólicas que, por efeito dos acontecimentos vividos em 2017, têm estado na origem dos mecanismos de reconfiguração das políticas públicas de governação do risco em Portugal.

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Publicado

2018-11-05