Grandes incêndios florestais de 17 de junho de 2017 em Portugal e exemplos da determinação das respetivas causas

Autores

  • Messias Mira Secretaria de Estado da Valorização do Interior
  • Luciano Lourenço Departamento de Geografia e Turismo, NICIF, CEGOT e RISCOS, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra (Portugal) https://orcid.org/0000-0002-2017-0854

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_26-2_4

Palavras-chave:

Incêndios florestais, determinação de causas, grandes incêndios, ponto de ignição, incendiarismo

Resumo

Portugal apresenta condições muito favoráveis à ocorrência de incêndios florestais, a maioria dos quais possui génese humana. Todavia, em determinadas condições meteorológicas, também podem ocorrer incêndios com origem natural, decorrentes da existência de trovoadas secas.
Os incêndios de junho do ano de 2017, pelas suas proporções e consequências, alimentaram acesa polémica em relação às hipóteses colocadas como causa, tendo-se apontando, frequentemente, a ação criminosa como sendo a justificação mais plausível. Sendo assim, para que os infratores pudessem ser punidos, tornava-se imperioso apurar as causas efetivas, tarefa que teria de ser realizada por investigadores devidamente credenciados para apurar este tipo de crime, de modo a que os resultados viessem a ser conclusivos.
Assim, aplicando uma metodologia adequada, cujo princípio tem como objetivo geral a delimitação da área de início do incêndio florestal e, nesse reduzido espaço, a determinação do meio de ignição utilizado (que indicará o ponto de início) ou, na ausência deste, a pesquisa de evidências do exato ponto de eclosão/início, é possível obter conclusões sobre as causas dos incêndios. Dão-se exemplos da aplicação desse método a alguns dos grandes incêndios de junho de 2017 e apontam-se os resultados obtidos para a causa de cada um deles.

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Publicado

2019-02-13