Métricas de resiliência: uma reflexão conceptual no contexto da gestão do risco
DOI:
https://doi.org/10.14195/1647-7723_29-1_1Palavras-chave:
Resiliência, recuperação, gestão do risco, análise quantitativa.Resumo
A aplicação do conceito de resiliência no domínio da gestão de crises e do risco é relativamente recente mas tem tido um desenvolvimento muito relevante. O termo resiliência tem sido aplicado ao longo do tempo a diferentes áreas e a palavra resiliência pode ser considerada como parcialmente polissémica. Desde a mecânica dos materiais, a psicologia e a ecologia, a resiliência veio no século XXI acompanhar o termo sustentabilidade e caracterizar uma característica de gestão e da capacidade de reabilitação de instalações e sistemas naturais. A gestão da resiliência constitui um processo complementar e interligado ao da gestão do risco e que envolve diversas dimensões sociais e técnicas.
Com a evolução da técnica e em particular com a aplicação de novas tecnologias de análise e de apoio à decisão, as frases atribuídas a Lord Kelvin (1824-1907) “o que não se pode medir não é possível melhorar” ou “o que é real pode sempre ser mensurável” poderão ser uma justificação filosófica, entre outras razões práticas, do interesse na caracterização e nas análises quantitativas. Com efeito, os conceitos de risco e de resiliência podem ser abordados por diferentes metodologias mas verifica-se um grande interesse prático na quantificação desses conceitos. Surge assim o tema da conceptualização e da métrica da resiliência. Na bibliografia podem-se encontrar diferentes modos para definir e quantificar a resiliência em engenharia, envolvendo as suas múltiplas dimensões
O texto é baseado numa análise bibliográfica da matéria e numa subsequente reflexão pessoal com a finalidade de apresentar métodos simplificados de métrica da resiliência bem como numa análise crítica das vantagens na quantificação da resiliência e também das suas limitações.
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