Cuncta quatiam: Medeia abala estruturas

Autores

  • Renata Cazarini de Freitas Universidade de São Paulo (Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984-249X_22_10

Palavras-chave:

Medeia, Sêneca, Teatro, Filosofia, Virtude

Resumo

Sêneca, estarrece o leitor. Depois de ter matado os dois filhos em um ato de vingança contra Jasão, a figura feminina mítica é alçada ao céu em uma carruagem alada para uma saída triunfal. Como é que essa mulher repudiada e irada acaba por ser uma espécie de heroína para o dramaturgo estóico? Acontece que, para Sêneca, a virtus não é medida por boas ações no campo de batalha, mas como uma disposição mental para enfrentar adversidades. Em uma série de ocasiões, Sêneca escreve sobre o ser humano virtuoso e sua consistência de caráter. Tratamos neste artigo da Epistula 120 sobre epistemologia, da obra filosófica De providentia e das peças Medea e Hercules Furens na tentativa de elucidar o processo através do qual a princesa bárbara recupera sua identidade, longe dos homens, mais perto dos deuses.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AHL, Frederick (1986). Seneca. Medea. (translated with an introduction). Ithaca, Cornell University Press.

BARTSCH, Shadi (2006). The Mirror of the Self: Sexuality, Self-Knowledge, and the Gaze in the Early Roman Empire. Chicago, University of Chicago Press.

COVINGTON, Coline (1989). In search of the Her- oine. Journal of Analytical Psychology no34, p.243-254. https://doi.org/10.1111/j.1465-5922.1989.00243.x

FITCH, John G. (2002) (ed.). Seneca. Tragedies. Londres, Harvard University Press.

FYFE, Helen (1983). An analysis of Seneca’s Medea. In: BOYLE, A. J. (ed.). Seneca Tragicus: Ramus Essays on Senecan Drama. Berwick, Vitoria, p. 77-93. https:// doi.org/10.1017/S0048671X00003647

HINE, H. M. (2000). Seneca. Medea. (Introduc- tion, translation and commentary). Warminster, Aris & Phillips.

KOTT, Jan (2003). Shakespeare nosso contemporâ- neo. Tradução de Paulo Neves. São Paulo, Cosac & Naify.

LIEBERMAN, Wolf-Lüder (2014). Medea. In: DAMSCHEN, G.; HEIL, A. (eds.) Brill’s Companion to Seneca: Philosopher and Dramatist. Leiden, Brill, p. 459-474.

MARTI, B. (1945). Seneca’s tragedies: A new inter- pretation. TAPA n.o 76, p. 216-45.

REALE, Giovani. (2015) Estoicismo, ceticismo e ecletismo. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo, Edições Loyola.

RICHTER, Daniel S. (2011). Cosmopolis: Imagin- ing Community in Late Classical Athens and the Early Roman Empire. Oxford, Oxford University Press.

RILEY, Kathleen (2008). The Reception and Per- formance of Euripides’ Herakles: Reasoning Madness. Oxford, Oxford University Press. https://doi. org/10.1093/acprof:oso/9780199534487.001.0001

ROLLER, Matthew B. (2001). Constructing Au- tocracy: Aristocrats and Emperors in Julio-Claudian Rome. Princeton, Princeton University Press.

ROLLER, Matthew B. (2015). Precept(or) and Example in Seneca. In: WILLIAMS, G.; VOLK, K. (eds.) Roman Reflections: Studies in Latin Philosophy. Oxford, Oxford University Press, p.129-156. https:// doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199999767.003.0007

SLATTER, J. (2014). Pequeno esboço sobre a pro- hairesis e a dignidade humana em Epiteto. Archai, n.o12, jan-jun, p. 113-119.

SCHIESARO, A. (2009). Seneca and the denial of the self. In: BARTSCH, S.; WRAY, D. (eds). Seneca and the Self. Cambridge, Cambridge University Press, p. 221-235.

SILK, M. S. (1985). Heracles and Greek Tragedy. Greece & Rome 32, p.1-22. https://doi.org/10.1017/ S0017383500030096

VIEIRA, Trajano (2009). Sófocles. Eurípides. Electra(s) (tradução). São Paulo, Ateliê.

Downloads

Publicado

2022-12-15

Como Citar

Cazarini de Freitas, R. (2022). Cuncta quatiam: Medeia abala estruturas. Revista Archai, (22), 255-281. https://doi.org/10.14195/1984-249X_22_10

Edição

Seção

Dossiê: Medeia(s): entre a filosofia, a retórica e a literatura

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)