Eros e Philia na filosofia Platônica
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_13_13Palavras-chave:
Eros, Philia, Platão, FilosofiaResumo
Não é fácil demarcar a diferença entre as con-cepções platônicas de Eros e Philia. Nos diálogos mais voltados para o assunto, comoLísis,Banquete e Fedro, identificamos uma sobreposição dos dois temas, tal que o exame de um acaba por remeter ao exame do outro. No Lísis, enquanto a Philia constitui-se como o foco da discussão de Sócrates com Menexeno, o diálogo traz como pano de fundo e com forte apelo dramático o amor de Hipótales por Lísis. No Banquete, apesar de ser Eros o tema central do diálogo, tem-se a partir do discurso de Pausânias a diferenciação entre dois tipos de Eros, de modo que o mais belo deles em muito se assemelha ao que se entende por Philia. No Fedro, por sua vez, esta aparece como um Eros mitigado. Pretendo mostrar que, nos diálogos supracitados, Platão se vale da aproximação entre Eros e Philiapara fundamentar sua própria concepção de Philossophía, na qual Eros desempenha um papel decisivo. Mais precisamente, uma concepção de filosofia na qual o que é Belo (Eros) deve assimilar o que é Bom (Philia). Para tanto, lança mão das seguintes teses: 1. O desejo é causa tanto de Eros quanto de Philiae, enquanto tal, pressupõe uma relação entre amantes/amigos; 2. O desejo é marcado por uma falta (presente ou futura); 3. O que falta é na verdade algo que foi perdido; 4. O desejo é o movimento da alma para recuperar algo perdido, a saber, a contemplação do Belo. 5. A filosofia é o percurso, guiado por Eros, para o reencontro do Belo.
Downloads
Referências
BLOOM, A. (1993). Love and Friendship. New York, Simon & Schuster.BRANDÃO, J. L. (2011). ‘Lógos e Palilogia na República de Platão’ In. Sapere Aude– Belo Horizonte, v.2 - n.4, p.8-27– 2º semBRANDÃO, J. S. (2009) Mitologia Grega. Petrópolis, Vozes, 2009, Vol. I.CANTARELLA, E. (2002). Bissexuality in the Ancient World. Translated by C. Ó Cuilleanáin. Itaca, Yale University Press.DOVER, K. J. (1989). Greek Homossexuality. Harvard, Harvard University Press.FERRARI, G. R. F. (1990). Listening to the Cicadas: A study of Plato’s Phaedrus. Cambridge, Cambridge University Press.HESÍODO. (2001). Teogonia. Estudo e tradução de Jaa Torrano. São Paulo, Iluminuras.KAHN, C. (1999). Plato and the Socratic Dialogue. Cambridge, Cambridge University Press. MARQUES, M. P. (2010). ‘Paradoxo e Natureza no Livro V da República’. In. Kriterion, vol.51 n°.122, Belo Horizonte, July/Dec., p. 429-440.MONTENEGRO, M. A. P. (2006). ‘Algumas considerações sobre o Amor, a Mulher e o Conhecimento em Platão e Freud’. In: Fontenele, L.B.. (Org.). Psicanálise: teoria, clínica e conexões. Fortaleza: Edições Livro Técnico, p. 175-186.PLATO. (1990). Lysis; Symposium; Górgias. Translated by W. R. M. LAMB. The Loeb Classical Library. Harvard, Harvard University Press, vol. I._______ (1986). Eutyphro; Apology; Crito; Phaedo; Phaedrus. Translated by Harold Fowler. The Loeb Classical Library. Harvard, Harvard University Press, vol. III._______ Republic. (2003). Books 1-5. Translated by Paul Shorey. The Loeb Classical Library. Harvard, Harvard University Press, vol. 5.________ (2009). A República. Tradução de Eleazar Magalhães Teixeira. Fortaleza, Edições UFC._________ (1968). The Republic of Plato. Translated, with notes, an interpretive essay and a new introduction by Allan Bloom. USA, Basic Books.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Maria Aparecida de Paiva Montenegro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Dado o acesso público desta revista, os textos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. O conteúdo das publicações é de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
1. Os autores autorizam a publicação do artigo na revista.
2. Os autores garantem que a contribuição é original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.
3. Os autores garantem que a contribuição que não está em processo de avaliação em outras revistas.
4. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a Creative Commons Attribution License-BY.
5. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line após a publicação na revista.
6. Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
7. É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.








