Eros e Philia na filosofia Platônica

Autores

  • Maria Aparecida de Paiva Montenegro Universidade Federal do Ceará (UFC) Fortaleza – Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984-249X_13_13

Palavras-chave:

Eros, Philia, Platão, Filosofia

Resumo

Não é fácil demarcar a diferença entre as con-cepções platônicas de Eros e Philia. Nos diálogos mais voltados para o assunto, comoLísis,Banquete e Fedro, identificamos uma sobreposição dos dois temas, tal que o exame de um acaba por remeter ao exame do outro. No Lísis, enquanto a Philia constitui-se como o foco da discussão de Sócrates com Menexeno, o diálogo traz como pano de fundo e com forte apelo dramático o amor de Hipótales por Lísis. No Banquete, apesar de ser Eros o tema central do diálogo, tem-se a partir do discurso de Pausânias a diferenciação entre dois tipos de Eros, de modo que o mais belo deles em muito se assemelha ao que se entende por Philia. No Fedro, por sua vez, esta aparece como um Eros mitigado. Pretendo mostrar que, nos diálogos supracitados, Platão se vale da aproximação entre Eros e Philiapara fundamentar sua própria concepção de Philossophía, na qual Eros desempenha um papel decisivo. Mais precisamente, uma concepção de filosofia na qual o que é Belo (Eros) deve assimilar o que é Bom (Philia). Para tanto, lança mão das seguintes teses: 1. O desejo é causa tanto de Eros quanto de Philiae, enquanto tal, pressupõe uma relação entre amantes/amigos; 2. O desejo é marcado por uma falta (presente ou futura); 3. O que falta é na verdade algo que foi perdido; 4. O desejo é o movimento da alma para recuperar algo perdido, a saber, a contemplação do Belo. 5. A filosofia é o percurso, guiado por Eros, para o reencontro do Belo.

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Referências

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Publicado

2025-11-28

Como Citar

Montenegro, M. A. de P. . (2025). Eros e Philia na filosofia Platônica . Revista Archai, (13), 121. https://doi.org/10.14195/1984-249X_13_13

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