Theòs Anaítios: um comentário sobre a teodicéia de Platão à luz do Timeu
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_12_4Palavras-chave:
theòs anaítios, inteligência (nous), alma (psyché), causa/ responsabilidade (aítia/aition), proporção (symmetría)Resumo
Este artigo tem por objetivo abordar a teodiceia platônica, sintetizada pela célebre expressão theòs anaítios, à luz da gênese do mundo sensível descrito por Platão no Timeu. O significado desta expressão em Platão é claro: a responsabilidade pela escolha do gênero de vida e suas consequências é da alma (psyché), e não do deus. Mas o que é a alma? Partiremos da defi-nição clássica da alma em Platão como princípio de movimento e sede de conhecimento, mas não nos deteremos nela. Qual seria a origem da alma? Com base na cosmogênese relatada pelo Timeu, tentaremos evidenciar que a formação e a autonomia da alma humana são afetadas de forma determinante pelas condições demiúrgicas: pela existência de elementos alógicos pré-cósmicos, pela interferência na regularidade dos ciclos cósmicos da Alma do Mundo, pela atividade mimética dos deuses secundários e, principalmente, pela presença de um desígnio inteligente (nous) que atua teleologicamente. A leitura do Timeu, além de justi-ficar cosmologicamente a questão da justiça divina em Platão, apresentará um admirável modelo ético baseado nas noções de ordem e proporção a orientar as escolhas humanas, reforçando o pressuposto platônico da inevitável responsabilidade que os seres humanos têm sobre seu destino.
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