A função das sensações no processo de conhecimento segundo Heráclito. Primeira parte: o uso direto das sensações.

Autores

  • Celso Oliveira Vieira

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984-249X_12_5

Palavras-chave:

Heráclito, Sensações diretas, Conhecimento, Epstemologia

Resumo

Este artigo tem o objetivo de determinar qual a função das sensações no processo de conhecimento prescrito por Heráclito e, embora este diferencie o uso direto e indireto dos sentidos, será abordado, aqui, apenas o primeiro caso, aquele sem nenhum tipo de mediação entre a coisa percebida e quem a percebe. Após o exame de fragmentos abordando principalmente os sentidos do olfato, paladar e tato são encontrados os requisitos para obtenção de uma sensação direta apropriada. Tudo começa na coisa percebida que para ser reconhecida propriamente dever ser percebida por um órgão apropriado. Esta apropriação é medida pela capacidade do órgão de distinguir a coisa segundo sua própria natureza. A sensa-ção direta seria responsável pela etapa distintiva no processo, de conhecimento que permitiria a identificação de opostos necessária à sua posterior união. O animal em que o órgão se encontra também é relevante no processo pois há indicações de que as sensações são geradas de acordo com a necessidade de cada espécie, um certo tipo de teleologia. Neste ponto, o caso dos humanos torna-se par-ticular, pois a capacidade de alguma teoria da mente lhes permite identificar as diferenças percebidas em diferentes animais. Assim é introduzido um modo de indiretividade na sensação, ver o que os outros estão sentindo.

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Publicado

2014-01-25

Como Citar

Vieira, C. O. (2014). A função das sensações no processo de conhecimento segundo Heráclito. Primeira parte: o uso direto das sensações . Revista Archai, (12), 41. https://doi.org/10.14195/1984-249X_12_5