A Ciência da Informação na Universidade de Coimbra: Um estudo epistemológico das investigações desenvolvidas nos 2.º e 3.º ciclos de estudos

Paulo Vicente; Maria Beatriz Marques; Liliana Isabel Esteves Gomes; Carlos Guardado Da Silva

doi:10.14195/2182-7974_38_2_1

Autores/as

Paulo Vicente Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20), Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0001-7488-592X
Maria Beatriz Marques Universidade de Coimbra, Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0002-0088-0429
Liliana Isabel Esteves Gomes Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20), Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0003-3786-2942
Carlos Guardado Da Silva Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras https://orcid.org/0000-0003-1490-8709

DOI:

https://doi.org/10.14195/2182-7974_38_2_1

Palabras clave:

Ciência da Informação, Epistemologia da Ciência da Informação, investigação em Ciência da Informação, cultura epistémica, paradigma

Resumen

A Ciência da Informação (CI) continua a construir a sua identidade epistemológica, desiderato que tem sido singularizado por uma sucessão e coexistência de paradigmas. Uma das propostas mais influentes é a clássica tríade de paradigmas aprofundados por Rafael Capurro: físico, cognitivo e social. Neste sentido, o objetivo principal deste estudo é averiguar em quais destes paradigmas epistemológicos se enquadram as investigações desenvolvidas nos 2.º e 3.º ciclos de estudos em CI da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
A metodologia adotada, sustentada nos métodos de pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo qualitativa, partiu da análise das 109 produções científicas finais nas quais culminaram as investigações conduzidas nos 2.º e 3.º ciclos de estudos em CI da FLUC (depositadas no Estudo Geral), entre 2006 e 2022.
Conclui-se que não há, à luz dos paradigmas físico, cognitivo e social, uma orientação epistemológica una e unívoca. Há uma hegemonia do paradigma físico, apropinquado da tendência epistemológica da CI em voga nos países europeus mais próximos, Espanha e França, associado, sobretudo, a uma herança documentalista secular, coexistindo uma expressão significativa, mas não preeminente, do paradigma social. A incidência do paradigma cognitivo surge em menor número e sempre complementado por uma abordagem que tende, parcialmente, para os pressupostos do paradigma social.