Arquivos, documentos e informação

termos, conceitos e relações entre culturas linguísticas

Resumo

O presente texto é uma versão ligeiramente revista da conferência que proferi no ciclo de seminários Rethinking the Archive(s) / Repensar o(s) Arquivo(s), realizada em Lisboa, em março de 2024. Os organizadores do seminário pediram-me que abordasse três termos que são centrais no nosso discurso profissional: arquivos, documentos e informação. Estes termos suscitam um conjunto de questões que explorarei no texto: Quais são os conceitos subjacentes a cada um deles? Como podem estar relacionados? De que forma são utilizados em diferentes línguas e como são compreendidos em diferentes culturas linguísticas? Haverá ainda espaço para diferentes entendimentos sobre o significado de arquivos e de documentos num mundo cada vez mais dominado por ideias sobre informação? Ao tentar responder a estas questões, parece-me mais adequado começar por equacionar os próprios termos. Cada um deles tem uma gama diversificada de significados, e este texto tem como objetivo examinar como as três palavras foram usadas no passado e como são entendidas atualmente. O texto começa por discutir os conceitos históricos e atuais de arquivos. Examina as origens da palavra records/documentos, e a sua transformação enquanto termo puramente anglófono para um termo amplamente global, e os desafios que surgem na tradução de records do inglês para outras línguas. Em seguida, analisa a forma como as ideias sobre informação se cruzam com a nossa compreensão dos documentos e dos arquivos, e termina com algumas considerações sobre a importância dos documentos e do seu arquivamento na era digital do século XXI.