Avaliação da regeneração da vegetação, de padrões espaciais e fatores de severidade dos incêndios na interface urbano-florestal — o caso do grande incêndio em Baião (2019)
DOI:
https://doi.org/10.14195/0871-1623_47_2Palavras-chave:
Interface urbano-florestal, imagens Sentinel, recorrência dos incêndios, severidade dos incêndios, regeneração da vegetaçãoResumo
Portugal é um dos países mais afetados pelos incêndios florestais no sul da Europa, com eventos recorrentes e impactes frequentes. As mudanças demográficas e sociais que ocorreram nas zonas rurais levaram ao abandono das terras nos últimos anos, o que, por sua vez, influencia a gestão florestal e as zonas de interface urbano-florestal (IUF) que estão intimamente relacionadas com os incêndios. Assim, é objetivo deste artigo desenvolver um estudo de caso no município de Baião, com base no grande incêndio florestal (GIF) de 2019, definindo e cartografando as áreas IUF, bem como avaliar, a recorrência e a severidade do GIF e, num período de 2 anos, a regeneração da vegetação, em áreas com diferentes usos do solo e afetadas por diferentes severidades. O estudo foi organizado em 4 fases, sendo que na primeira se procedeu à cartografia das ocorrências de incêndios, na segunda à delimitação da interface urbano-florestal e, na terceira fase, à caracterização da recorrência dos grandes incêndios. A quarta fase correspondeu à avaliação da severidade do grande incêndio de 2019 e à avaliação da regeneração da vegetação, em função do uso do solo. O IUF representa 26,7% do território do município de Baião, durante os anos de 2001 a 2021 o município registou 3 770 ocorrências de incêndios. Em 2019, o GIF de Baião queimou uma área correspondente a 853 ha, apresentando um total de 12 incêndios entre 1975 a 2019, resultando um grau máximo de 11 recorrências para a mesma área. No que diz respeito ao impacto direto do fogo na vegetação e à sua posterior recuperação, podemos constatar que 2 anos após o GIF, a área ocupada pelas classes de floresta e mato, que foram atingidas com grande severidade, já apresentava níveis significativos de regeneração da vegetação. Perante isto, as principais conclusões consideram que os estudos nesta linha contribuem para a compreensão dos padrões criados pelo fogo em diferentes paisagens, sendo a informação valiosa para os gestores florestais compreenderem as consequências (benéficas ou não) e planearem ações de prevenção, restauração, e educação ambiental.
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