Revisitando a formação inicial de professores (de Geografia)

Contributos para memória futura

Resumo

A sociedade tem vindo a mudar a uma velocidade vertiginosa e é cada vez mais complexa e multicultural. Novos problemas se colocam às instituições educativas, aos docentes, e os saberes, hoje muito mais vastos, estão em constante evolução e mutação sendo acessíveis a todos. Em consequência, novas necessidades formativas se colocam aos professores, com novos desafios e exigências, que obrigam a que estes desenvolvam competências holísticas, multifacetadas, que lhes permitam gerir situações, que o dia a dia, lhes vai colocando. Este texto pretende ser uma breve revisitação sobre teorias e modelos de formação inicial de professores em Portugal, desde a transição do século XX para o XXI, até meados da década passada. Vamos fazer um percurso sobre discursos académicos e institucionais, vigentes à data, e um percurso sobre os modelos de formação em Portugal. Evocamos a formação inicial de professores de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, (1987-2015) e o caminho metodológico percorrido no seu desenvolvimento. Dando voz às crenças e pensamentos dos jovens professores, no que diz respeito à sua formação inicial, vamos ainda apresentar pesquisas realizadas no período de vigência do Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. Terminamos com considerações, defendendo que, apesar de se ter tido sempre uma preocupação com uma formação centrada na tomada de consciência sobre o papel de professor como agente educador, ativo, configurador do currículo, de modo a que estes se assumissem como sujeitos de uma prática investigativa e de reflexão crítica, havia e há muito caminho a percorrer, no que diz respeito à formação inicial de professores, nomeadamente, os de Geografia.