Avaliação da recuperação de vegetação sob diferentes condições de severidade do fogo no centro de Portugal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14195/0871-1623_51_1

Palavras-chave:

Recuperação da vegetação, Composição florística, Condições abióticas, DNBR, Regiões de montanhosas

Resumo

As mudanças na paisagem induzidas por incêndios florestais constituem um problema ambiental no sul da Europa e estão a tornar-se cada vez mais relevantes, especialmente em áreas rurais, onde as mudanças no uso do solo estão a promover uma maior disponibilidade de combustível e incêndios mais frequentes e extensos. Em simultâneo, estas mudanças estão a promover paisagens dominadas por matos, com perdas de biodiversidade e implicações na dinâmica da vegetação. O objetivo deste estudo é avaliar a recuperação da vegetação após incêndios, numa região montanhosa do centro de Portugal, sob diferentes níveis de severidade e condições abióticas, com o intuito de analisar a sua influência na dinâmica da vegetação. Produtos do Copernicus Sentinel-2 foram usados para calcular diferentes índices relevantes para incêndios florestais, como o Normalized Difference Vegetation Index (NDVI), Normalized Burn Ratio (NBR) e o delta Normalized Burn Ratio (dNBR), em conjugação com dados de cobertura e florísticos, recolhidos em 15 parcelas de campo (cada uma com 100 m2). Os resultados mostraram que, apesar de não ser possível estabelecer uma relação entre a severidade do incêndio e a recuperação da vegetação, os seus atributos após o incêndio foram claramente influenciados pelas condições abióticas e pela composição florística pré-incêndio, particularmente pela presença de espécies com recuperação a partir de toiça. Cerca de 5 anos após o incêndio, a maioria das parcelas apresentou taxas de regeneração compatíveis com o esperado, tendo em conta a dinâmica potencial, dado que as espécies arbustivas predominantes estão bem-adaptadas à perturbação provocada pelo fogo. No entanto, as parcelas com maior cobertura e altura (estrato arbustivo alto) estavam dominadas pela espécie arbórea invasora Acacia dealbata, apresentando um padrão distinto em comparação com as condições de recuperação de vegetação predominantes na área de estudo.

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Publicado

2025-06-09