Imigração e territórios em mudança. Teoria e prática(s) do modelo de atração-repulsão numa região de baixas densidades
DOI:
https://doi.org/10.14195/0871-1623_31_19Palavras-chave:
Modelo de atração-repulsão, Migrações, Território, Baixas densidadesResumo
Os estudos pioneiros de Ravenstein (1876, 1889) tiveram um carácter determinante na construção do quadro teórico associado às migrações. Ao desenvolver os princípios do modelo de atração-repulsão, o autor destaca o papel da dinâmica territorial na estruturação do projeto migratório dos indivíduos, cuja decisão de se deslocarem do local de origem para um determinado destino estará relacionada com a percepção positiva ou negativa face a determinados aspetos de ambos os lugares. Significa que, por um lado, os migrantes serão influenciados pela existência de fatores repulsivos existentes no território de partida; por outro, a escolha do território de destino estará condicionada pela existência de fatores atrativos, nomeadamente de cariz económico, laboral e social. Lee (1969) continua o trabalho de Ravenstein, embora lhe faça algumas críticas, considerando a existência de obstáculos intervenientes e de fatores pessoais como aspetos determinantes a considerar na decisão de migrar. Assim, parte-se do princípio que há uma tendência para que os migrantes se desloquem de áreas pouco povoadas para áreas de maior concentração humana; de regiões de baixas densidades para regiões dinâmicas do ponto de vista económico e social; de territórios pobres e pouco desenvolvidos para territórios com um maior nível de desenvolvimento. Porém, coloca-se em causa a linearidade do processo: será que as regiões consideradas repulsivas não podem revelar dinâmicas diferenciadas (neste caso positivas) face a distintas realidades migratórias? Com o objetivo de clarificar a questão, procurar-se-ão discutir os princípios estruturantes do modelo de atraçãorepulsão de Ravenstein, tendo em conta não só a análise crítica de Lee, como também os pressupostos defendidos pelas principais teorias e modelos migratórios, numa perspetiva de complementaridade. Além desta construção teórica, será analisado o estudo de caso de um território português de baixas densidades, com características territoriais potencialmente repulsivas, na sub-região do Alto Alentejo. O interesse de investigação nesta área geográfica está relacionado com o facto de, ao longo da última década, se ter verificado uma renovada dinâmica territorial à escala local, gerada pela presença de grupos de imigrantes que aí residem e trabalham. A partir da compreensão das motivações de deslocação destes indivíduos entre os dois pólos migratórios (origem e destino), tentar-se-á discutir em termos práticos, a validade e as fragilidades do modelo migratório em causa.Downloads
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Publicado
2012-09-01
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