O impacto do ambiente nos níveis de obesidade infantil: quando o território emerge como um fator de diferenciação e risco

Autores

  • H. Nogueira Centro de Investigação em Antropologia e Saúde e Departamento de Geografia. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
  • M. M. Ferrão Departamento de Ciências da Vida e Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. Universidade de Coimbra. Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra
  • A. Gama Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. Universidade de Coimbra
  • F. Grespan Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. Universidade de Coimbra
  • I. Mourão Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
  • V. Rosado Marques Instituto de Investigação Científica Tropical e Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. Universidade de Coimbra
  • C. Padez Departamento de Ciências da Vida e Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.14195/0871-1623_31_22

Palavras-chave:

Obesidade infantil, Ambiente, Modalidades desportivas, Equidade

Resumo

Este estudo investiga as associações entre as percepções parentais do ambiente construído e social do local de residência e a prevalência de obesidade infantil segundo o género das crianças. Estuda-se ainda a oferta de modalidades desportivas infantis, verificando a sua potencial contribuição para os valores observados de excesso de peso/obesidade. Numa primeira fase, observaram-se 1885 crianças em idade escolar (3-10 anos) residentes no distrito de Coimbra. Nesta amostra, verificou-se uma associação significativa entre a percepção parental do ambiente construído e social e os valores de obesidade no sexo feminino. Numa segunda fase, verificou-se que a oferta de modalidades desportivas na cidade de Coimbra é desequilibrada, restringindo fortemente as oportunidades de prática desportiva às crianças do sexo feminino. Em 67 oportunidades de prática desportiva observadas na cidade, verificou-se que 32 eram mistas, 23 eram direccionadas para o sexo masculino e 12 para o sexo feminino. Conclui-se que as crianças do sexo feminino sofrem processos de discriminação ambiental cujo impacte na saúde pode ser nefasto. Neste contexto, argumenta-se a necessidade de intervenções ambientais, não só como forma de promoção da saúde, mas também de equidade entre os géneros.

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Publicado

2012-09-01