João Martins Pereira. Um intelectual público para além do «pequeno mundo estreito»

Autores

  • João Moreira Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-8622_18_9

Resumo

Este artigo pretende contrariar a escassez de estudos sobre a geração de intelectuais que a partir de meados
da década de 1960, de forma clandestina ou semilegal, acabaria por modernizar o discurso político em Portugal. Ao contrário do que sucede noutros países, existe em Portugal uma lacuna historiográfica no que concerne ao estudo do pensamento e da obra de intelectuais menos catalogáveis, de fundo simultaneamente não-dogmático e radical, e desvinculados das ortodoxias dominantes. Propõe-se, portanto, com este artigo situar historicamente o pensamento autónomo e heterodoxo de João Martins Pereira no quadro de uma geração de intelectuais marcada pela influência do marxismo ou próxima deste. Nesse sentido, o artigo tem como eixos principais: compreender a heterogeneidade de conceitos e premissas teóricas que suportavam a mundividência política do autor de Pensar Portugal Hoje e, consequentemente,
entender este intelectual público como um autor comprometido com a esquerda, mas, em larga medida, afastado dos pequenos mundos estreitos dos intelectuais associados, quer aos partidos comunistas, quer aos partidos socialistas e sociais-democratas. Retirar o ensaísmo, a crítica teórica e as propostas políticas de Martins Pereira da sombra de alguns dos mais reconhecidos autores portugueses da segunda metade do
século xx é o objetivo deste artigo.

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Publicado

2018-03-12

Edição

Secção

Artigos