Mecanismo elástico de fricção entre partículas de solos granulares
DOI:
https://doi.org/10.14195/2184-8394_27_2Resumen
Resumem-se as leis e outras constatações experimentais relativas à fricção entre materiais geológicos.
Recordam-se alguns mecanismos que têm sido propostos para explicar essas leis e constatações.
Apresenta-se um mecanismo de fricção em que intervem a deformação elástica das saliências das superfícies em contacto, com base num modelo físico em que as saliências são formadas por arcos de fita de aço.
Apuram-se as seguintes conclusões principais: i) A deformação dum par de saliências em contacto passa por três fases: a primeira em que elas armazenam energia elástica, a segunda de instabilidade, em que sofrem grandes deslocamentos elásticos praticamente sem deslizamento aparente dos corpos em contacto, e a terceira em que elas restituem parte dessa energia elástica, forçando o deslizamento em vez de lhe oporem resistência; ii) A fricção estática é maior do que a cinemática porque, no início do deslizamento, quase todos os contactos das saliências se encontram na primeira fase da deformação, enquanto que, após esse início, passa a haver contactos na terceira fase em número bastante para reduzir a resistência total.