Influência da geometria das ligações no comportamento hidro-mecânico de areias tratadas com cimento

Autores

  • Rafaela Cardoso Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa. CERIS https://orcid.org/0000-0002-4551-3868

DOI:

https://doi.org/10.14195/2184-8394_153_1

Palavras-chave:

ligações, solo-cimento, areia, microestrutura

Resumo

Da mistura de solos com ligantes hidráulicos resultam materiais cimentados artificialmente através de ligações físicas (minerais resultantes da hidratação do ligante). A geometria das ligações é controlada pela quantidade de água usada no processo construtivo que, por sua vez, depende de requisitos de trabalhabilidade e da adição ou não de adjuvantes. Na compactação a quantidade de água é baixa e as ligações tendem a concentrar-se nos contactos entre as partículas, onde a água fica retida num solo não saturado. Na injecção a quantidade de água é alta (assim como a dosagem) e as ligações são dispersas. Discute-se de que forma a geometria das ligações resultante do processo de mistura afecta o comportamento hidro-mecânico de solos arenosos tratados com cimento Portland. Usa-se como exemplo os resultados de ensaios realizados em amostras de uma areia tratada com diferentes dosagens de cimento e relações água/cimento, que permitiram a caracterização do seu comportamento mecânico e hidráulico, e ainda ensaios não destrutivos para caracterização dessas ligações. Observa-se porosidade dupla quando as ligações são concentradas, o que afecta essencialmente as características hidráulicas. As características mecânicas dependem essencialmente da dosagem de cimento, mas a quantidade de água usada também afecta as características da pasta de cimento endurecida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ASTM D2166-06 (2006). Standard Test Method for Unconfined Compressive Strength of Cohesive Soil. American Standard for Testing Materials, EUA.

ASTM D3967-08 (2008). Standard Test Method for Splitting Tensile Strength of Intact Rock Core Specimens. American Standard for Testing Materials, EUA.

Cardoso, R. (2016). Porosity and tortuosity influence on geophysical properties of an artificially cemented sand. Engineering Geology, 211 (23), pp. 198–207.

Cardoso, R. (2017). Influence of water-cement ratio on the hydraulic behavior of an artificially cemented sand. Journal of Geotechnical and Geological Engineering, 33, pp. 1513-1527.

Cardoso, R.; Ribeiro, D.; Néri, R. (2017). Bonding effect on compressive e tensile strength of sand-cement mixtures. Soils and Foundations, 57, pp. 655–668.

Consoli, N.; Cruz, R.; Floss, M.; Festugato, L. (2010). Parameters controlling tensile e compressive strength of artificially cemented sand. J. Geotech. Geoenv. Engineering, 136, pp. 759-763.

Consoli, N.; Rosa, D.; Cruz, R.; Rosa, A. (2011). Water content, porosity e cement content as parameters controlling strength of artificially cemented silty soil. Engineering Geology, 122, pp. 328-333.

Davies, J.; Fendukly, L. (1994). Behavior of soil-cement specimens in unconfined dynamic compression. Journal of Materials Science, 29, pp. 3255-3260.

El Euch, S.; Neji, J.; Loulizi, A. (2010). Compacted Sand Concrete in Pavement Construction: An Economical and Environmental Solution. Aci Materials Journal, 107(2):195-202.

Fredlund, D.G.; Rahardjo, H. (1993). Soil Mechanics for Unsaturated Soils. John Wiley e Sons, New York.

Fang, Y.; Chung, Y.; Yu, F.; Chen, T. (2001). Properties of soil-cement stabilized with deep mixing method. Ground Improvement, 5(2), pp. 69-74.

Gajo, A.; Cecinato, F.; Hueckel, T. (2015). A micro-scale inspired chemo-mechanical model of bonded geomaterials. International Journal of Rock Mechanics e Mining Sciences, 80, pp. 425-438.

Gens A.; Nova R. (1993). Conceptual bases for a constitutive model for bonded soils e weak rocks. Geotechnical Engineering of Hard Soils – Soft Rocks, Balkema, Rotterdam, pp. 485-494.

Horpibulsuk, S.; Miura, N.; Nagaraj, T.S. (2003). Assessment of strength development in cement-admixed high water content clays with Abrams’ law as a basis, Geotechnique, 53(4), pp. 439-444.

Neville, A.M. (1996). Properties of concrete. Fourth e final edition standards. Pearson, Prentice Hall

Porbaha, A.; Shibuya, S.; Kishida, T. (2000). State of the art in deep mixing technology. Part III: geomaterial caracterization. Ground Improvement, 4(3), pp. 91-100.

Ribeiro, D.; Maranha, J.; Cardoso, R. (2016). Modelling the mechanical behaviour of sand-cement mixtures. 15º Congresso Nacional de Geotecnia, Porto - prémio Jovens Geotécnicos em Língua Inglesa.

Romero, E.; Gens, A.; Lloret, A. (1999). Water permeability, water retention and microstructure of unsaturated compacted Boom clay. Engineering Geology, 54, pp. 117-127.

Van Genuchten, M. T. (1980). A closed-form equation for predicting the hydraulic conductivity of unsaturated soils. Soil Sci. Soc. Am. J., 44, pp. 892-898.

##submission.downloads##

Publicado

2021-11-30

Edição

Secção

Artigos