Instabilizações de taludes de enrocamentos. Reapreciações conceituais

II Lição Manuel Rocha, 1985

Resumo

Postula-se que para melhor estimar a estabilidade estática de taludes de enrocamentos (de rochas sãs, angulares, limpas) é necessário não só ter em conta a envoltória curva de resistência ao cisalhamento, mas também os benefícios de pré-compressão (análoga ao preadensamento das argilas). A interpretação do significado de valores numéricos de coeficientes de segurança melhora em função de análises de fatores instabilizantes e suas eventuais consequências. Ademais comprova-se que valores numéricos bem baixos de Fatores de Segurança FS deverão ser aceitáveis quando realmente estiver em jogo o conceito de um Fator de Garantia FG em lugar do conceito corrente. Preconiza-se que para o futuro tais formulações devam incorporar conceitos probablilísticos embora de imediato seja preferível conseguir a aceitação pela profissão de taludes bem mais íngremes empregando os fatores médios aos quais a prática profissional se acostumou. Prevê-se que aumentando as pressões de pré-compressão mediante rolos mais possantes se alcancem resultados bem melhores do que os atualmente alcançáveis. Finalmente para os casos de análise perante vibrações sísmicas, postula-se que seja muito maior a rentabilidade alcançável mediante aplicação de esforços dinámicos que envolvam com ampla margem os esforços sísmicos de projeto a prever, do que mediante progressivamente maiores esforços de pesquisa do comportamento a prever aceitando passivamente como fixos os atuais equipamentos e processos construtivos de enrocamentos compactados.