Entre aterros e resistência
Manaus e os desafios do planejamento urbano resiliente na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.14195/2182-2387_51_16Palavras-chave:
História urbana, ciclos económicos, PROSAMIM, cidades esponja, alterações climáticas, planejamento urbanoResumo
O texto analisa a história urbana de Manaus, explorando como seus ciclos econômicos, desde o período colonial até a Zona Franca de Manaus, moldaram seu desenvolvimento de maneira desigual e pouco sustentável. Fundada como um forte militar em 1669, a cidade passou por transformações profundas durante a Belle Époque do século XIX, quando o ciclo da borracha financiou grandes obras urbanísticas, como o Teatro Amazonas e o Mercado Adolpho Lisboa, em um projeto de modernização inspirado em modelos europeus. No entanto, o declínio da borracha no início do século XX mergulhou Manaus em uma crise prolongada, resultando no abandono de infraestruturas e na interrupção de planos urbanos.
O ressurgimento econômico veio com a criação da Zona Franca de Manaus em 1967, que atraiu migrações em massa e levou a um crescimento urbano desordenado, marcado pelo aterramento de igarapés, ocupações irregulares e segregação socioespacial. Iniciativas como o PROSAMIM, iniciado em 2005, buscaram resolver esses problemas, mas priorizaram soluções convencionais de canalização, agravando os riscos de enchentes e falhando em garantir um desenvolvimento urbano inclusivo.
Atualmente, Manaus enfrenta desafios climáticos crescentes, com enchentes recordes do Rio Negro e graves deficiências em saneamento básico. Embora o Plano Diretor de 2014 esteja alinhado ao Estatuto da Cidade, ele não aborda adequadamente a resiliência climática, permitindo construções em áreas vulneráveis a inundações. Como alternativa, o texto propõe a adoção do conceito de cidades esponja, que integra infraestruturas verdes, azuis e convencionais, para melhorar a gestão das águas urbanas e reduzir vulnerabilidades, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
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