Camus, o Africano
DOI:
https://doi.org/10.14195/2183-6019_1_7Palavras-chave:
Africanidade, testemunho, tabu, enigma, lei moralResumo
Antes de abordar diretamente a questão da africanidade de Albert Camus, preciso de descrever o caminho que me levou até aí. Depois de ter ‘ensinado’ a obra e falado sobre o homem durante muito tempo nas minhas aulas de literatura, descobri em mim, através do contacto prolongado com o norte de África e da prática da escrita ficcional, a força e a fecundidade da sua influência. Essa influência é, sem dúvida, a da terra africana, do seu clima brutal, da violência das suas paisagens, de onde o escritor fez surgir o lirismo das suas mais belas páginas. Mas será este fascí nio físico, tão vividamente representado na obra, a única fonte do sentimento de pertença à África? Há um enigma que devemos tentar resolver, um tabu que tem de ser quebrado. Na minha opinião, a africanidade reivindicada por Camus - essa sensação de liberdade, essa ausência de lei moral - não advém apenas da sua juventude de pied noir , mas acima de tudo das suas leituras, especialmente da leitura de Rousseau e de Arthur Rimbaud.
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