Portais de globalização: portos e caminhos de ferro no contexto colonial português (c. 1870 – c. 1910)

Autores

  • Hugo Silveira Pereira Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT‑UNL) Institute of Railway Studies (University of York) http://orcid.org/0000-0002-7706-2686

DOI:

https://doi.org/10.14195/0870-4147_49_10

Palavras-chave:

Portais de globalização, colonialismo, caminhos de ferro, portos

Resumo

A partir de 1870 Portugal transferiu da metrópole para o ultramar um ambicioso programa de obras públicas influenciado pelas promessas saint‑simonistas
de progresso e criação de civilizações de circulação, com as quais os engenheiros portugueses haviam contactado desde a década de 1820. Até às vésperas da I Guerra Mundial, milhares de quilómetros de linhas foram assentes através daqueles territórios, ligando‑os a portos vizinhos. O objetivo dos tecnocratas nacionais passava por fomentar a exploração colonial e aumentar o seu comércio externo, mas ao mesmo tempo, induzir um nacionalismo baseado na tecnologia e cimentar a soberania nacional nos seus domínios ultramarinos, cobiçados, na altura, por outras nações europeias mais poderosas. Neste artigo,
proponho analisar esta retórica contraditória e estas infraestruturas coloniais como portais de globalização, entendidos como “aqueles lugares que têm sido centros de trocas mundiais ou comunicações globais, têm servido como pontos de entrada para transferências culturais e onde se desenvolveram instituições e práticas para lidar com as ligações globais”. Focar‑me‑ei em três momentos decisivos deste processe histórico (o processo de tomada de decisão, a construção e a operação) para analisar até que ponto a globalização (do comércio, know‑how e ideias) foi fomentada ou restringida.

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Publicado

2019-01-03

Edição

Secção

Artigos