Trabalho Alienado, Trajetórias Não Hegemônicas de Desenvolvimento e Capitalismo

o Que A metamorfose de Kafka Tem a Nos Dizer sobre Isso?

Resumo

Este artigo reflete sobre as condições de trabalho no capitalismo articulado às trajetórias não hegemônicas de desenvolvimento a partir de uma análise crítica da obra A Metamorfose, de Franz Kafka (1883-1924), que descortina de modo criador, e ao mesmo tempo contundente, a crise na sociedade contemporânea. Defende-se que tais questões interligam-se na trama, tendo como cerne o drama vivenciado por Gregor Samsa, narrador-protagonista que um dia acorda transformado em um inseto. A metamorfose traz uma série de impeditivos, restando a segregação social e o extermínio de Gregor. Nesse contexto analítico, destacam-se os processos de alienação na sociedade burguesa articuladas: 1) à perda do sentido de ente-espécie, advogado por Marx, e 2) aos padrões hegemônicos de uma dita normalidade. Na conclusão, aponta-se como as condições de vida no capitalismo conduzem ao silenciamento pela opressão e ao apagamento subjetivo.