Caracterização biofísica e socioeconómica do concelho de Monchique: avaliação do risco de incêndio

Carla Maria Rolo Antunes; Maria de Belém Costa Freitas; Henrique César Ribeiro; Miguel Domingos Teixeira; Maria do Rosário Partidário

doi:10.14195/1647-7723_32-extra1_15

Autores

Carla Maria Rolo Antunes Universidade do Algarve, MED https://orcid.org/0000-0002-7446-2537
Maria de Belém Costa Freitas Universidade do Algarve https://orcid.org/0000-0001-7645-7099
Henrique César Ribeiro Universidade do Algarve e MED
Miguel Domingos Teixeira Universidade do Algarve
Maria do Rosário Partidário Universidade de Lisboa, CiTUA https://orcid.org/0000-0002-5564-719X

DOI:

https://doi.org/10.14195/1647-7723_32-extra1_15

Palavras-chave:

Aspetos biofísicos, caracterização socioeconómica, risco de incêndio, floresta, Monchique

Resumo

No contexto das alterações climáticas, é essencial criar políticas de ordenamento do território e combate ao risco de incêndio florestal, considerando as características biofísicas e socioeconómicas de territórios vulneráveis. Monchique, no Barlavento Algarvio, ocupa 36.000 ha, e sofreu dois grandes incêndios nos últimos 20 anos. Este estudo avalia a relação entre os incêndios florestais e as especificidades do território, como o uso do solo, declive, exposição de encostas, espécies florestais, etc. O objetivo desta análise é avaliar o poder explicativo dessas variáveis na vulnerabilidade ao risco de incêndio, utilizando como variáveis dependentes o número, origem e extensão da área afetadas nos últimos 20 anos. A análise integrativa dessas características combina contextos socioeconómicos e biofísicos. A análise estatística identifica e compreende as causas dos incêndios no concelho. As conclusões obtidas são relevantes para integrar em novas abordagens políticas no contexto dos incêndios florestais e do combate a este flagelo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Carla Maria Rolo Antunes, Universidade do Algarve, MED

Referências

Abdo, H.G., Almohamad, H., Al Dughairi, A.A., e Al-Mutiry, M. (2022). GIS-Based Frequency Ratio and Analytic Hierarchy Process for Forest Fire Susceptibility Mapping in the Western Region of Syria. Sustainability 2022, 14, 4668. DOI: https://doi.org/10.3390/su14084668

Bajocco, S., e Ricotta, C. (2008). Evidence of selective burning in Sardinia (Italy): which land-cover classes do wildfires prefer? Landscape Ecology, 23, 241-248.

Batista, A. C. (2000). Mapas de risco: uma alternativa para o planejamento de controle de incêndios florestais. Floresta, 30(1/2).

Bento-Gonçalves, A. (2021). Os incêndios florestais em Portugal. Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Carmo, M. C. D. (2009). Influência do uso do solo e topografia na ocorrência de incêndios rurais no Norte de Portugal (Doctoral dissertation).

Carmo, M., Moreira, F., Casimiro, P., e Vaz, P. (2011). Land use and topography influences on wildfire occurrence in northern Portugal. Landscape and Urban Planning, 100(1–2), 169–176. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2010.11.017

Castro, C. F., Serra, G., Parola, J., Reis, J., Lourenço, L., e Correia, S. (2003). Combate a incêndios florestais. Revista da Escola Nacional de Bombeiros, 13.

Catry, F., Rego, F. C., Moreira, F., e Bação, F. (2008). Characterizing and modelling the spatial patterns of wildfire ignitions in Portugal: fire initiation and resulting burned area. Transactions on Ecology and the Environment.

Conedera, M., e Tinner, W. (2000). The interaction between forest fires and human activity in southern Switzerland. Biomass Burning and its Inter-relationships with the Climate System, 247-261.

Dale, V. H., Joyce, L. A., MCNulty, S., Neilson, R. P., Ayres, M. P., Flannigan, M. D., Hanson, P. J., Irland, L. C., Lugo, A. E., Peterson, C. J., Simberloff, D., Swanson, F. J., Stocks, B. J., e Michael Wotton, B. (2001). Climate Change and Forest Disturbances: Climate change can affect forests by altering the frequency, intensity, duration, and timing of fire, drought, introduced species, insect and pathogen outbreaks, hurricanes, windstorms, ice storms, or landslides. BioScience, 51(9), 723–734. DOI: https://doi.org/10.1641/0006-3568(2001)051[0723:ccafd]2.0.co;2

De Angelis, A., Bajocco, S., e Ricotta, C. (2012). Modelling the phenological niche of large fires with remotely sensed NDVI profiles. Ecological Modelling, 228, 106-111.

Ferrara, C., Salvati, L., Corona, P., Romano, R., e Marchi, M. (2019). The background context matters: Local-scale socioeconomic conditions and the spatial distribution of wildfires in Italy. Science of The Total Environment, 654, 43–52. DOI: https://doi.org/10.1016/J.SCITOTENV.2018.11.049

Ganho, N. (2019). “Mudanças climáticas e mudanças na valoração do clima”, em Portugal, nos últimos 50 anos. Acta Geográfica, 13(33), 196-208.

Ganteaume, A., e Jappiot, M. (2013). What causes large fires in Southern France. Forest Ecology and Management, 294, 76-85.

Geiger R. (1961). Manual de microclimatologia, o clima da camada de ar junto ao solo. Fundação Calouste Gulbenkian, 2ª edição, Lisboa, 556 pp.

Hernández, L., Barreira, R., Colomina, D., Maroto, A., Peiteado, C., Suárez, L., Vallauri, D., Pollutri, A., Liarikos, C., Tziritis, E., Devranoglu, S., Kalem, S., e Ersin, M. Ö. (2019).

Arde el Mediterráneo - Propuesta mediterránea de WWF para la prevención de incendios forestales. https://wwfes.awsassets.panda.org/downloads/wwf___informe_incendios_forestaales_2019_arde_el_mediterraneo_2019.pdf.

Kosmas, C., Danalatos, N. G., e Gerontidis, S. (2000). The effect of land parameters on vegetation performance and degree of erosion under Mediterranean conditions. CATENA, 40(1), 3–17. DOI: https://doi.org/10.1016/S0341-8162(99)00061-2

Lei n.º 76/2017, Assembleia da República (2017). Diário da República n.º 158/2017, Série I de 2017-08-17, páginas 4734 – 4762. https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/lei/76-2017-108010872.

Loepfe, L., Martinez-Vilalta, J., e Piñol, J. (2011). An integrative model of human-influenced fire regimes and landscape dynamics. Environmental Modelling e Software, 26(8), 1028-1040.

Mancini, L. D., Corona, P., e Salvati, L. (2018). Ranking the importance of Wildfires’ human drivers through a multi-model regression approach. Environmental Impact Assessment Review, 72, 177-186.

Meneses, B. M., Saraiva, R., Reis, R., e Vale, M. J. (2014). A importância da avaliação das transições de uso e ocupação do solo na compreensão da evolução da paisagem. Espaços de Fronteira, Territórios de Esperança: Das Vulnerabilidades às Dinâmicas de Desenvolvimento; Jacinto, R., Ed, 79-92.

Moreira, F., Rego, F. C., e Ferreira, P. G. (2001). Temporal (1958–1995) pattern of change in a cultural landscape of northwestern Portugal: implications for fire occurrence. Landscape Ecology, 16, 557-567.

Moreira, F., Catry, F. X., Rego, F., e Bacao, F. (2010). Size-dependent pattern of wildfire ignitions in Portugal: when do ignitions turn into big fires?. Landscape Ecology, 25, 1405-1417.

Motta, D. S. (2008). Identificação dos fatores que influenciam no comportamento do fogo em incêndios florestais.

Nunes, J. R. S., Soares, R. V., e Batista, A. C. (2005). Estimativa da umidade relativa das 13:00, com base nos dados das 9:00 h e das 15:00 h, para o Estado do Paraná. Floresta, 35(2).

Nunes, A., Lourenço, L., Gonçalves, A. B., e Vieira, A. (2013). Três décadas de incêndios florestais em Portugal: incidência regional e principais fatores responsáveis.

Nunes, A. D. J. N., Lourenço, L., Fernandes, S., e Castro, A. C. M. (2014). Principais causas dos incêndios florestais em Portugal: variação espacial no período 2001/12. Territorium – Revista da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, 21: Territórios de risco: processos, vulnerabilidades e segurança; Editores: RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança;, ISSN: 0872-8941, 135-146. DOI: https://doi.org/10.14195/1647-7723_21_11

Oliveira, R. R., Zaú, A. S., Lima, D. F., Silva, M. B. R., Vianna, M. C., Sodré, D. O., e Sampaio, P. D. (1995). Significado ecológico da orientação de encostas no maciço da Tijuca, Rio de Janeiro. Oecologia brasiliensis, 1(1), 523-541.

Oliveira, S., Gonçalves, A., Benali, A., Sá, A., Zêzere, J. L., e Pereira, J. M. (2020). Assessing Risk and Prioritizing Safety Interventions in Human Settlements Affected by Large Wildfires. Forests, 11(8), 859. MDPI AG. DOI: http://dx.doi.org/10.3390/f11080859

Pereira, J. M. C., Pereira, J. M. C., Rego, F. C., Silva, J. M. N., e Silva, T. P. (2006). Incêndios florestais em Portugal. ISAPress. Lisboa.

Pereira, F. M. (2020). Identificação de áreas suscetíveis a perdas de solo após incêndio florestal. Caso de estudo: Serra de Monchique. Projeto apresentado para obtenção do grau de Mestre em Geomática. Universidade do Algarve. Faro. Disponível em: https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&AuthType=ip,shib&db=edsair&AN=edsair.dedup.wf.001..c9b37f4e6b18752a5ea9830b2b64ecf8&lang=pt-pt&site=eds-live&scope=site

Pezzatti, G. B., Bajocco, S., Torriani, D., e Conedera, M. (2009). Selective burning of forest vegetation in Canton Ticino (southern Switzerland). Plant biosystems, 143(3), 609-620.

Radke, J. K. (1982). Managing early season soil temperatures in the northern corn belt using configured soil surfaces and mulches. Soil Science Society of America Journal, 46(5), 1067-1071.

Rothermel, R. C. (1983). How to predict the spread and intensity of forest and range fires (Vol. 143). US Department of Agriculture, Forest Service, Intermountain Forest and Range Experiment Station.

RTGEO, Planeamento e Ordenamento do Território, (2013). Agenda 21 local Monchique - Uma Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável. Câmara Municipal de Monchique. Disponível em: https://cm-monchique.pt/pt/menu/503/agenda-21-local.aspx

Santos, L. dos, e Fortuna, J. (2005). Modelo de exigências para uso urbano do solo. Critérios urbanísticos e riscos naturais - um exemplo em Coimbra. Territorium – Revista da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança, 12; Editores: RISCOS - Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança;, ISSN: 0872-8941, 69–95.

DOI: https://doi.org/10.14195/1647-7723_12_6

Souza, A. P., Casavecchia, B. H., e Stangerlin, D. M. (2012). Avaliação dos riscos de ocorrência de incêndios florestais nas regiões Norte e Noroeste da Amazônia Matogrossense. Scientia Plena, 8(5).

Tagliarini, F. D. S. N., e Gonçalves, A. K. (2016). Zoneamento de risco de incêndios florestais para a bacia hidrográfica do Córrego do Petiço-Botucatu (SP). Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista, 12(1).

Tedim, F., Garcin, M., Vinchon, C., Carvalho, S., Desramaut, N., e Rohmer, J. (2014). Comprehensive Vulnerability Assessment of Forest Fires and Coastal Erosion: Evidences from Case-Study Analysis in Portugal. Assessment of Vulnerability to Natural Hazards: A European Perspective, 149–177. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-0-12-410528-7.00007-2

Torres, F. T. P., Roque, M. P. B., Lima, G. S., Martins, S. V., e Faria, A. L. L. D. (2017). Mapeamento do risco de incêndios florestais utilizando técnicas de geoprocessamento. Floresta e Ambiente, 24.

Ventura, J., e Vasconcelos, M. J. (2006). O fogo como processo físico-químico e ecológico. Incêndios Florestais em Portugal Impactes e Prevenção, 93-113.

Ward, M., Tulloch, A. I., Radford, J. Q., Williams, B. A., Reside, A. E., Macdonald, S. L., e Watson, J. E. (2020). Impact of 2019–2020 mega-fires on Australian fauna habitat. Nature Ecology e Evolution, 4(10), 1321-1326.

Yang, J., El-Kassaby, Y. A., e Guan, W. (2020). The effect of slope aspect on vegetation attributes in a mountainous dry valley, Southwest China. Scientific Reports, 10, 16465.

DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-020-73496-0